Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados na madrugada deste sábado pela morte de Isabella Nardoni, 5 anos, filha e enteada dos réus. Após cinco dias de júri, realizado no Fórum de Santana, o casal foi apontado como responsável por agredir, estrangular e jogar a menina do sexto andar do edifício London, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008.
O juiz Maurício Fossen definiu a pena de Alexandre Nardoni em 31 anos, um mês e dez dias em regime fechado, enquanto a de Anna Carolina Jatobá foi de 26 anos e oito meses. Os dois foram condenados também a oito meses de prisão em regime semiaberto por fraude processual. Nardoni pegou pena maior por ter praticado o crime contra sua filha. A sentença, proferida por volta das 0h40, foi comemorada por cerca de 200 pessoas que acompanhavam a movimentação do julgamento. Os réus não poderão recorrer em liberdade.
Durante o julgamento, a defesa do casal Nardoni tentou provar que uma terceira pessoa entrou no apartamento dos acusados, agrediu Isabella, cortou a tela de proteção e jogou a menina pela janela. O advogado Roberto Podval não procurou explicar quem praticou o homicídio, ressaltando apenas que faltavam provas concretas para ligar o casal à autoria do assassinato.
Utilizando dados técnicos, como horários de telefonemas e do GPS do carro de Nardoni, o promotor Francisco Cembranelli defendeu no julgamento que seria impossível que os acusados não estivessem no apartamento no horário em que Isabella foi jogada da janela.
Com a cronologia de horários, Cembranelli conclui que era impossível Alexandre Nardoni, em menos de 1 minuto, entrar no apartamento, andar pelos quartos e verificar pela janela que a filha estava caída, sem esbarrar com uma terceira pessoa.
A estratégia fracassada da defesa foi baseada nas primeiras declarações dadas por Nardoni à policia na noite do crime. Segundo as investigações do caso, o acusado estava nervoso no jardim do edifício London e dizia a todo momento que a polícia deveria encontrar o ladrão que havia invadido o apartamento e jogado a menina da janela.
Depoimentos e contradições
Tranquilo, Alexandre Nardoni sustentou, ao ser interrogado no Fórum de Santana, a versão da terceira pessoa, mas evitou falar que o autor do crime era um ladrão. Nervosa e falando muito rápido, Anna Carolina Jatobá entrou em contradição com o depoimento do marido em algumas ocasiões.
Tranquilo, Alexandre Nardoni sustentou, ao ser interrogado no Fórum de Santana, a versão da terceira pessoa, mas evitou falar que o autor do crime era um ladrão. Nervosa e falando muito rápido, Anna Carolina Jatobá entrou em contradição com o depoimento do marido em algumas ocasiões.
Uma das provas apresentadas contra o pai no júri foram as marcas da tela de proteção da janela do apartamento na camiseta de Nardoni. A perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística, disse que as marcas só poderiam ser produzidas pelo ato de carregar um peso de 25 kg até a janela, se debruçar na grade de proteção e atirá-lo, como foi constatado na reconstituição do caso.
A tese foi rebatida pelo réu. Alexandre Nardoni negou ter passado a cabeça pelo buraco da tela de proteção da janela, por causa do tamanho do rombo. Já Anna Carolina Jatobá disse que o marido passou pela tela para ver onde estava Isabella.
O júri
O júri popular do casal Nardoni se estendeu durante cinco dias no Fórum de Santana. Os trabalhos começaram na segunda-feira, por volta das 14h, com a escolha dos sete jurados responsáveis por condenar os réus. No mesmo dia, a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, foi ouvida como testemunha. Ela chorou por pelo menos quatro vezes e emocionou uma das juradas.
O júri popular do casal Nardoni se estendeu durante cinco dias no Fórum de Santana. Os trabalhos começaram na segunda-feira, por volta das 14h, com a escolha dos sete jurados responsáveis por condenar os réus. No mesmo dia, a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, foi ouvida como testemunha. Ela chorou por pelo menos quatro vezes e emocionou uma das juradas.
Na terça e quarta-feira, prestaram depoimento peritos, médicos-legistas e a delegada Renata Pontes, que acompanhou o caso. No quarto dia, foi a vez do interrogatório dos réus, enquanto o quinto dia foi reservado para o debate entre acusação e defesa.
Fonte: Portal Terra
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