Embora tenha nascido em 1856, Sigmund Freud está entre os grandes nomes da cultura do século 20, que ajudou a fundar com suas ideias revolucionárias sobre o inconsciente e a sexualidade. O pé no século 19 nos auxilia a entender os traços ditos conservadores da personalidade marcante do Pai da Psicanálise, como sua posição liberal em economia e política, que o levou a olhar o socialismo com reservas.
O casamento de Freud, por exemplo, foi bastante convencional, à moda do século 19. Martha Bernays fez-se uma esposa dedicada e dócil: deu-lhe seis filhos e apoiou o marido, propiciando-lhe uma vida familiar restauradora para um homem que enfrentava batalhas desgastantes.
Os próprios psicanalistas hoje questionam alguns pontos "datados" de sua visão sobre a mulher, lembrando, entretanto, que ele foi fundamental na investigação das neuroses sexuais enraizadas nos casos de histeria tão comuns ao tempo em que o jovem estudante de medicina iniciava-se na busca de explicações para os fenômenos da mente.
Sem sombra de dúvida, levar as mulheres a falar e aceitar sua sexualidade, por meio das associações livres, foi de extrema importância no processo de libertação do gênero. E é notável que façam parte do universo freudiano do porte de Anna, sua filha e também psicanalista; a escritora e feminista Lou Andreas-Salomé; e outra psicanalista especialmente importante no campo do estudo e atendimento de crianças, Melanie Klein.
No comments:
Post a Comment