Em 2010, vamos eleger um novo presidente. Muito papo vai correr sobre as conquistas do mandato de Lula. Como Dilma vai dar continuidade. Como Serra vai avançar ainda mais.
É exatamente a hora de baixar a bolinha dos marketeiros. E deixar dolorosamente claro o seguinte: o Brasil continua – e continuará – sendo um país de merda.
É um país cada vez mais rico. Com um povo que continua muito, muito, muito pobre.
Tanto se falou sobre a entrada de 20 milhões de brasileiros na classe C, vindos das classes D e E. Hei, eu sou o último cara a reclamar do Bolsa Família e cia.
Mas, na boa, é um pinguinho d’água no oceano. Os números falam mais alto que qualquer propaganda política. A famosa classe média – de que todo mundo acha que faz parte – tem fronteiras bem delimitadas nas pesquisas.
Trata-se de gente que tem nível de renda entre R$ 1.752.00 (classe C1, o alto da C) e R$ 2.326,00 (classe B2). São 31% dos domicílios. A classe A, a elite do país, representa 3% da população. Esses são os ricaços?
Não. Pelo critério de classificação socioeconômica atual, qualquer um que possui renda superior a R$ 3.267,00 pertence à classe A. E o topo da pirâmide?
É a classe A1, com renda pessoal acima de R$ 4.427,00. Um pouco mais de três mil, e você está na classe A. Quer dizer: 97% dos trabalhadores brasileiros ganham abaixo de três paus e pouco!
E toca pagar imposto alto em tudo, e mais médico, dentista, escola, vigia da rua…
Sei que o Brasil enfrentou a crise melhor que outros países. E que tem pré-sal, copa, olimpíada, mulher gostosa e o escambau. Mas vamos diminuir o tom triunfalista, que tá dando engulhos.
O Brasil não é pobre: é pior que pobre. É um pai rico e injusto com seus filhos. O Brasil dá tudo para zero, vírgula zero nada dos brasileiros. E uma banana para a maioria.
Estamos avançando? Estamos.
Mas se continuarmos avançando na mesma velocidade dos últimos oito (ou 16?) anos, o Brasil só será um país justo lá pelo século 25.
Infelizmente, em 2010 vamos eleger um cara – ou uma mulher – que vai manter a coisa na mesma toada. É cruel. Mas é a real.
É exatamente a hora de baixar a bolinha dos marketeiros. E deixar dolorosamente claro o seguinte: o Brasil continua – e continuará – sendo um país de merda.
É um país cada vez mais rico. Com um povo que continua muito, muito, muito pobre.
Tanto se falou sobre a entrada de 20 milhões de brasileiros na classe C, vindos das classes D e E. Hei, eu sou o último cara a reclamar do Bolsa Família e cia.
Mas, na boa, é um pinguinho d’água no oceano. Os números falam mais alto que qualquer propaganda política. A famosa classe média – de que todo mundo acha que faz parte – tem fronteiras bem delimitadas nas pesquisas.
Trata-se de gente que tem nível de renda entre R$ 1.752.00 (classe C1, o alto da C) e R$ 2.326,00 (classe B2). São 31% dos domicílios. A classe A, a elite do país, representa 3% da população. Esses são os ricaços?
Não. Pelo critério de classificação socioeconômica atual, qualquer um que possui renda superior a R$ 3.267,00 pertence à classe A. E o topo da pirâmide?
É a classe A1, com renda pessoal acima de R$ 4.427,00. Um pouco mais de três mil, e você está na classe A. Quer dizer: 97% dos trabalhadores brasileiros ganham abaixo de três paus e pouco!
E toca pagar imposto alto em tudo, e mais médico, dentista, escola, vigia da rua…
Sei que o Brasil enfrentou a crise melhor que outros países. E que tem pré-sal, copa, olimpíada, mulher gostosa e o escambau. Mas vamos diminuir o tom triunfalista, que tá dando engulhos.
O Brasil não é pobre: é pior que pobre. É um pai rico e injusto com seus filhos. O Brasil dá tudo para zero, vírgula zero nada dos brasileiros. E uma banana para a maioria.
Estamos avançando? Estamos.
Mas se continuarmos avançando na mesma velocidade dos últimos oito (ou 16?) anos, o Brasil só será um país justo lá pelo século 25.
Infelizmente, em 2010 vamos eleger um cara – ou uma mulher – que vai manter a coisa na mesma toada. É cruel. Mas é a real.
Fonte: Blog de André Forastieri
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