Sunday, January 31, 2010

SUAVIDADE - Por Vicente Almeida

SUAVIDADE

No mundo em que vivemos hoje, a palavra “SUAVIDADE” quase perdeu o sentido. Segundo o Aurélio Século XXI, quer dizer: Qualidade daquilo que proporciona aos sentidos, um prazer brando e delicado, ou que revela moderação e equilíbrio:

A ganância do poder, a impressão do quanto mais, melhor, tem destruído as mais belas instituições humanas além de por em risco a vitalidade do planeta.

Nos últimos tempos o homem tem mudado a geologia da terra (superfície e subsolo) em busca de riquezas; Contaminando o solo e os rios com produtos químicos e dejetos industriais: Destruindo sem controle as nossas de florestas; Construindo imensas represas (necessários até): Perfurando o subsolo e esvaziando as grandes reservas de água, petróleo, gases, etc (também necessários por força do progresso). Infelizmente, a longo prazo, tudo isto, gera conseqüências.

É interessante! Vamos imaginar as conseqüências de uma grande represa:

A natureza leva alguns milênios ou milhões de anos, para construir um grande reservatório, adaptando o meio ambiente ao novo formato.

Aqui mesmo no Brasil, destroem florestas (fauna e flora), e removem cidades, construindo na área, em menos de uma década, grandes represas, sem imaginar ou calcular a pressão que o peso da água iria exercer sobre o solo, e as conseqüências em outras regiões (pequenos tremores, por exemplo), além dos reflexos arrasadores e irreversíveis ao meio ambiente. Claro que os danos a fauna e a flora eram previstos, mas, a alteração climática em toda a região e além, parece não ter sido calculada.

Mas, haverá benefícios humanos imediatos! E esta é a meta. Contudo; as conseqüências da construção irão ser sentidas em muitos lugares no decorrer do tempo através de: inundações, desmoronamentos, chuvas sem controle, secas inesperadas, rios com excesso de volume saindo do seu curso natural e invadindo cidades, etc. Claro que tudo isto vem associado e reforçado pelos fenômenos externos, principalmente aqueles iniciados a partir dos oceanos.

Pergunto: Mas a grande barragem não visava beneficiar o homem?

E o que dizer do esvaziamento do subsolo, os grandes reservatórios de minerais?

As perfurações de poços e a retirada de bilhões de metros cúbicos de minerais (água, petróleo e gases) do subsolo, deixa cavidades descomunais e inimagináveis. Com a saída dessas substâncias, o vazio que fica nessas cavidades, atrairá a queda de colossais camadas de rocha, causando grandes desmoronamentos internos, e conseqüentemente, com o tempo, catástrofes também ocorrerão na superfície e em locais distantes, às vezes sem aparente ligação com o esvaziamento daquele reservatório subterrâneo.

Por tanto o homem e sua tecnologia, infelizmente é o responsável; Pela infertilidade do solo; Pela contaminação dos rios; Pela destruição da fauna e da flora; e principalmente queira ou não: pelas alterações climáticas. O efeito devastador de tudo isto são colossais: O êxodo, A pobreza, Aas enfermidades e o aumento da criminalidade. Não culpem a natureza por isto!

Apesar de todo o caos que tem se formado, o destino da humanidade é progredir sempre, mesmo com custos e perdas incontáveis. O que se faz necessário é um cálculo sério e honesto, visando minimizar as conseqüências.

Graças à tecnologia, as distancias foram reduzidas, e não temos mais fome por falta de alimentos. A fome que as nações passam hoje, em muitos casos é o resultado da má qualidade administrativa de alguns governantes gananciosos. Temos um exemplo bem ali, na esquina do Brasil.

Hoje, a ciência da tecnologia, a partir da segunda metade do século XX, até os dias de hoje, avançou mais do que no período que vai da criação do homem até a segunda grande guerra.
As alterações climáticas trouxeram para as grandes cidades, inundações catastróficas. Nisto também a culpa não é da natureza, e podia nem ser do poder público, se o dinheiro suado dos contribuintes, fosse utilizado em benefício dos governados.

Junte-se a isto, a população ali residente que; com sua mente doentia, retrógrada, maléfica, associada ao prazer de destruir, faz mal a si mesmo quando dejeta na rua, o lixo que devia ser armazenado em depósitos apropriados e estrategicamente distribuídos pelas ruas. E o pior lixo é formado por recipientes de plástico (sacolas, sacos, copos garrafas pet, etc.) que não se decompõem facilmente, e ao receber água das chuvas formam um bolo obstruindo os bueiros causando inundações em bairros inteiros, trazendo consigo, mortes, doenças e desespero.

Outro grande contribuinte para aumentar o caos na cidade, é a permissividade de construções irregulares nos morros, nos bairros e nos centros. Tudo isto é o que vemos atualmente. Os governantes são incapazes de solucionar essas enfermidades urbanas sem uma administração séria e sem a ajuda da população.

Simbolicamente, observemos uma família passeando em seu belo automóvel, vão despejando na rua seus dejetos em forma de sacos de pipocas, papéis de bombons, copos descartáveis, garrafas de refrigerantes e tudo o mais. Má que Bela família hein? Mal sabe ela que seu desleixo, está contribuindo para, em caso de inundação ser a primeira a perder o automóvel e a vida!

Chamam isto de progresso? Pode até ser, Acho que é, E é! Mas o progresso mal utilizado tem seu custo. Não há nenhuma revolta das forças da natureza.

Os animais, não possuem instrumentos tecnológicos, mas o seu instinto lhes informa antecipadamente, quando há algo errado e com tempo, fogem para lugares seguros.

Os homens, usando a tecnologia avançada, sabem apenas quando algo deu errado, mas é tarde para salva vidas. Assim é o caso dos terremotos e tsunamis da vida. Acertam na previsão de chuva, mas erram por desconhecer o volume pluviométrico. Dominam o espaço e os mares, mas ainda não conseguem debelar certas enfermidades e epidemias, se não após dezenas de milhares de mortes.

Os antigos povos, sem usar instrumentos avançados, previam acontecimentos, e advertiam a população com tempo de salvar vidas. Também conseguiram sem equipamentos de tecnologia, construir as pirâmides, que são as arquiteturas mais avançadas que se pode imaginar, e resistem ao tempo há mais de três mil anos.

Que arranha céu do nosso século, com toda a tecnologia, suportará mil anos de existência?

O que tem dado errado com a nossa atual civilização?

Explico: Falta amor, suavidade no modo de vida, falta equilíbrio, falta o prazer de fazer o bem aos outros. Esquecemos que tudo que fizermos aos outros, é a nós que estamos fazendo.

Faço parte desta geração e reconheço meus limites, erros e responsabilidades.
31/01/2010

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