A prefeita Luizianne Lins (PT) admitiu ontem que desiste da hipótese de candidatura própria do PT ao Governo do Estado caso o governador Cid Gomes (PSB) garanta em seu palanque a presença da pré-candidata do presidente Lula ao Planalto, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), sem dar exclusividade a seu irmão Ciro Gomes (PSB), caso também se confirme a candidatura dele à Presidência.
“Acho que o Cid deverá abrir o palanque dele pra Dilma. Isso é condição. Ele vai apoiar certamente o PSB porque ele é do PSB. O presidente estadual do PSB, que é o Cid, não pode deixar de apoiar o Ciro, porque é irmão, porque é do partido. Isso é natural, porque o PSB vai apoiar“, afirmou Luizianne durante entrevista coletiva concedida após a abertura do 56ª Reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que acontece até hoje em Fortaleza.
Logo em seguida, a petista foi bem objetiva: “Agora, o que nós temos é que ele (Cid) vai ter que abrir o palanque dele pra ministra Dilma“, considerou.
Com esse novo posicionamento, a prefeita acaba aderindo à tese apresentada pelo próprio deputado Ciro Gomes na última sexta-feira. O pré-candidato à sucessão de Lula admitiu que, caso ele e a ministra Dilma sejam candidatos ao comando do Palácio do Planalto, ambos poderão encontrar apoio no palanque de Cid. Segundo Ciro, essa é uma situação que vai se repetir “no Brasil inteiro“.
Ciro e Luizianne cortaram definitivamente relações políticas nas últimas eleições para a Prefeitura de Fortaleza. Apoiador da candidatura de sua ex-esposa, a senadora Patrícia Saboya (PDT), o deputado federal afirmou que Fortaleza mais parecia “um puteiro a céu aberto“, e que a prefeita não passava de uma “coronel de saias“.
A resposta de Luizianne veio quase um ano depois. Em entrevista ao O POVO, a petista chamou Ciro de “truculento“ e declarou que o membro mais famoso da família Ferreira Gomes “não está preparado para governar o Brasil“.
Alencar confirma
Antes de a prefeita Luizianne Lins fazer prognósticos sobre as eleições de 2010 aqui no Ceará, o presidente da República em exercício, José Alencar (PRB) – homenageado ontem durante a abertura da 56ª Reunião da Frente Nacional de Prefeitos – admitiu a possibilidade dos palanques estaduais serem compartilhados por diferentes candidatos à Presidência ou que exista um palanque para cada um deles.
Na visão de Alencar, o ideal seria que houvesse apenas um candidato da base aliada disputando a sucessão do presidente Lula. Entretanto, se isso não for possível, o presidente acredita que os planos do Governo não ficarão prejudicados. “O que nós desejamos é que seja um só. Não podendo, vamos trabalhar. Política é a arte do possível", ponderou.
Fonte: Jornal "O POVO"
Foto: Arquivo do Jornal Diário do Nordeste
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