Mesmo com desafios a vencer, a Orquestra de Sanfonas de Catunda dá início à formação de jovens instrumentistas. Catunda. Um projeto que vem despertando a curiosidade e o interesse das crianças e dos jovens desta cidade e que tenta resgatar a arte musical. Trata-se da Orquestra de Sanfona, que funciona desde o dia 1º de abril e já conta com uma turma bastante afinada. Eles, oriundos de escolas públicas do município, se reúnem às quintas-feiras e às sextas-feiras, pela manhã e à tarde, na Fábrica de Arte e Cultura (FAC).
PARA INICIAR o trabalho, os jovens ainda dispõem de poucos instrumentos, ao preço de R$ 1.500 a unidade. A Prefeitura de Catunda quer apoiar a iniciativa, uma vez que os estudantes provam que têm talento para o instrumento. Para o professor Francisco Douglas Lemos, o desafio ainda é grande para que tudo aconteça como foi sonhado. Para começar, o grupo já dispõe de três sanfonas. Enquanto uns ensaiam, outros ficam observando a prática dos colegas. "A minha vontade é que cada um tivesse sua sanfona, mas como no momento não é possível temos que se contentar com o que temos", disse Douglas, mostrando sua determinação de concretizar o sonho da orquestra mesmo com a infraestrutura ainda abaixo da necessidade.
A Prefeitura de Catunda garante que existe interesse em manter o projeto e adquirir outras sanfonas para a orquestra. Cada instrumento custa, em média, R$ 1.500. "Quando o projeto é de caráter social, não existe limite para o município e pretendemos avançar nesse projeto", disse o prefeito Francisco Ernane Peres Lima, que se mostra entusiasmado com a iniciativa. "Queremos descobrir o maior número possível de talentos em nosso município".
O grupo é formado por 25 alunos, com idade entre 9 e 19 anos, que se revezam nos instrumentos e na atenção do professor que, aos poucos, vai dando harmonia ao grupo. "Estou cada dia mais empolgado com a vontade e o desempenho de cada um", disse Douglas, que aprendeu a tocar os instrumentos quando morava no Rio de janeiro, na cidade de São Cristovão, levado pelos pais quando ainda tinha 7 anos de idade. Mariana Dhara Rodrigues Magalhães, 12 anos, é aluna. Ela diz que o interesse de participar de orquestra partiu por iniciativa própria e hoje conta com o apoio da família. "Sinto-me realizada quando estou aqui. Sei que um dia todos nós poderemos tocar juntos", disse a jovem Mariana Dhara.
Asa Branca
Outro que também se mostra empolgado é o aluno Pedro Pereira Nunes, 16 anos, o mais antigo da turma. Toca todo tipo de música, mas, como a maioria, se realiza quando toca a música "Asa Branca", de Luís Gonzaga. "Estar aqui para mim já é uma grande conquista. Estou aproveitando todos os momentos. Quero me tornar um grande músico".
A diretora de Cultura, Katiana Gomes, explica que o projeto ainda está em fase de adaptação. "Como a iniciativa é nova, tem menos de um ano, nós precisamos avaliar para ter a certeza de que vale a pena criar a Orquestra de Sanfona. Uma coisa é certa, o desempenho dos alunos nos leva para esse caminho de montar a orquestra", disse Katiana, que mantém em pleno funcionamento a FAC.
Além da Orquestra de Sanfonas, se encontra em total atividades uma escolinha de flauta doce e de violão e uma de acesso à banda com a participação de mais de 100 crianças de 12 a 16 anos e, futuramente, uma escola de teclado. Hoje, o grupo é formado por 25 alunos que se revezam nos instrumentos e na atenção do professor que aos poucos, vai dando harmonia ao trabalho dos jovens. O que parecia casual, na verdade, foi início de um trabalho que está chamando a atenção de Catunda.
"Só dispomos no momento de três sanfonas. Com mais instrumentos, teremos mais condições de dinamizar o trabalho", diz Douglas, que vê no grupo a vontade de resgatar a tradição da musicalidade regional por meio da sanfona.
OTIMISMO
"A minha vontade é que cada um tenha sua sanfona, mas é o começo de tudo"
FRANCISCO DOUGLAS LEMOS
Professor e coordenador da Orquestra de Sanfona
"Uma coisa é certa, o desempenho dos alunos nos estimula a montar a orquestra"
KATIANA GOMES
Diretora de Cultura do município de Catunda
ENQUETE
Porque participar
MICHELY MARQUES DO VALE
13 ANOS
Estudante
Sempre gostei de música e acho a sanfona um instrumento que tem muito a ver comigo. Espero continuar nas aulas
ANDERSON DA SILVA SOUSA
12 ANOS
Estudante
Meus pais me incentivaram muito a participar da Orquestra de Sanfona. Hoje me sinto um apaixonado por música
WILSON GOMES Colaborador do Jornal Diário do Nordeste
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