Devagarinho.
O velhinho
Despede-se de nós.
Relapsos dorminhocos
Bêbados de cerveja e vinho.
O velhinho,
Devagarinho
Com seus passos lentos
Leva consigo,
Entre outros trastes
Nossos bons
e maus momentos.
Devagarinho
O velhinho
Exausto,
Carrega sobre os ombros
Como em lombos de jumento
Angústias e sofrimentos
E outros maus bocados
Que vivemos.
Prestes a amanhecer
na curva do caminho
O velhinho
Encontra um menino
Destemido,
Trazendo consigo
Sobre as costas
Um cesto pesado
Cheio de sonhos
Que serão distribuídos
Um a um,
Como presentes
Nas nossas portas.
O velhinho
É o ano velho
Que vai indo.
E o menino
É o ano-novo
Prenhe de esperanças
Que vem chegando,
Iluminando o mundo
Com o seu sorriso.
O menino
Chega de mansinho
Com o amanhecer.
E sorrindo,
Como se um anjinho o fosse
Pronuncia: estou aqui!
A que todos dizem:
Seja bem-vindo!
Feliz Ano-novo...
(*) José Cícero:
In Minhas Metáforas cotidianas/09
Inédito
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