Fernando José Pinto da Franca, professor do Curso de História da Universidade Regional do Cariri–Urca, escreveu, com acerto, o livro “Olhares Históricos: a antiguidade revisitada, olhar regional e novos campos”.
Um dos méritos desta obra é reunir num mesmo volume unidades de estudo da Antiguidade, do Ceará e do Cariri, facilitando o aprendizado dos alunos que não terão de recorrer a várias fontes para tal mister. Além do mais, este livro supre uma lacuna, qual seja, a ausência de compêndios didáticos sobre a história do Cariri. Recordo o fato de, anos atrás, quando fui aluno do Curso de História na Urca, tinha de pesquisar vários livros, buscando informações, para fazer trabalhos solicitados pelos mestres.
Este livro é oportuno por outros motivos, dentre os quais destacaria a ausência de preconceitos na forma como foi concebido. No meu tempo de estudante universitário alguns compêndios – a nós sugeridos pelos professores – continham interpretações históricas falsas, grotescas e até desrespeitosas. Era o tempo em que as ideologias prevaleciam sobre as verdades históricas. Àquela época, muitos dos livros de História continham alguns desacertos e juízos falhos, quer pelo excesso de simplificações e generalizações, quer por apresentar uma imagem distorcida do passado. Lembro-me de que – juntamente com outros poucos colegas – passamos a questionar esses livros, pois não nos conformávamos com compêndios didáticos que ridicularizavam continuamente os grandes personagens da história do Brasil e seus feitos heróicos.
“Olhares Históricos: a antiguidade revisitada, olhar regional e novos campos” deixa em aberto, ainda, a interpretação crítica dos fatos nele enunciados. Costumo dizer que para se avaliar um acontecimento do passado temos de nos transportar à mentalidade das pessoas que viviam à época. Além do mais é necessário analisar os padrões ético-morais da sociedade de então. Noutras palavras, não podemos julgar um acontecimento de 100 ou 200 anos atrás pelos padrões atuais. Só para exemplificar: somente no final da década 70 do século passado – há cerca de 30 anos portanto – as sociedades ocidentais iniciaram a aplicação das políticas dos direitos humanos preconizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), instituição criada em 1945, há apenas 64 anos. Entretanto, é comum vermos, mesmo nos dias atuais, professores de História condenar, – em salas de aula e em publicações – fatos de um passado distante, usando, para tanto, os padrões de hoje.
O livro de Fernando Pinto apresenta as unidades de ensino contemplando o universal pelo regional, isento de preconceitos superados, oferece espaço para uma discussão esclarecedora e democrática dos fatos históricos que compõe o universo do estudo da História, notadamente a do Cariri. Salvo engano, Fernando José é o primeiro mestre do Curso de História de URCA a produzir uma obra nessa linha editorial, o que se constitui num louvável pioneirismo.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
Este livro é oportuno por outros motivos, dentre os quais destacaria a ausência de preconceitos na forma como foi concebido. No meu tempo de estudante universitário alguns compêndios – a nós sugeridos pelos professores – continham interpretações históricas falsas, grotescas e até desrespeitosas. Era o tempo em que as ideologias prevaleciam sobre as verdades históricas. Àquela época, muitos dos livros de História continham alguns desacertos e juízos falhos, quer pelo excesso de simplificações e generalizações, quer por apresentar uma imagem distorcida do passado. Lembro-me de que – juntamente com outros poucos colegas – passamos a questionar esses livros, pois não nos conformávamos com compêndios didáticos que ridicularizavam continuamente os grandes personagens da história do Brasil e seus feitos heróicos.
“Olhares Históricos: a antiguidade revisitada, olhar regional e novos campos” deixa em aberto, ainda, a interpretação crítica dos fatos nele enunciados. Costumo dizer que para se avaliar um acontecimento do passado temos de nos transportar à mentalidade das pessoas que viviam à época. Além do mais é necessário analisar os padrões ético-morais da sociedade de então. Noutras palavras, não podemos julgar um acontecimento de 100 ou 200 anos atrás pelos padrões atuais. Só para exemplificar: somente no final da década 70 do século passado – há cerca de 30 anos portanto – as sociedades ocidentais iniciaram a aplicação das políticas dos direitos humanos preconizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), instituição criada em 1945, há apenas 64 anos. Entretanto, é comum vermos, mesmo nos dias atuais, professores de História condenar, – em salas de aula e em publicações – fatos de um passado distante, usando, para tanto, os padrões de hoje.
O livro de Fernando Pinto apresenta as unidades de ensino contemplando o universal pelo regional, isento de preconceitos superados, oferece espaço para uma discussão esclarecedora e democrática dos fatos históricos que compõe o universo do estudo da História, notadamente a do Cariri. Salvo engano, Fernando José é o primeiro mestre do Curso de História de URCA a produzir uma obra nessa linha editorial, o que se constitui num louvável pioneirismo.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
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