No Crato, para lembrar os entes falecidos, tem exposição de fotos e até caixões personalizados com times de futebol
Crato O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna, daquelas pessoas queridas que já faleceram, despertando, em cada um de nós, o desejo de abraçá-los outra vez. Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los, de retroceder no tempo e segurar a vida.
No Crato, a programação do Dia de Finados começa às 5 horas com uma missa campal em frente ao Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, na Rua Nelson Alencar. Este ano, mais uma vez, será promovida a "Expomorte", uma exposição de fotos de pessoas que já morreram. O evento movimenta a cidade no dia 2 de novembro. Milhares de frequentadores passam pelo local. "Muitos vêm olhar os santinhos e reconhecem familiares, amigos ou pessoas que nem sabiam que tinham morrido", diz o jornalista Huberto Cabral, coordenador da exposição.
Idêntica exposição foi aberta na Praça Cristo Rei. O curador é o taxista Roberto de Souza Brito, conhecido por "Calango" que, há mais de 14 anos, vem juntando lembranças de pessoas que já morreram. A praça foi transformada num velório popular, que atrai até mesmo aqueles que não têm o costume de ir ao cemitério.
Com lágrimas ou com bom humor, homenagear os mortos parece ser uma necessidade universal, uma maneira de reverenciar os antepassados e de lembrar que todos são mortais.
Emblemas de times
Para atender à cultura da cidade, a Funerária Vida criou um sistema de atendimento diferenciado para os moradores do Crato. A empresa passou a vender urnas mortuárias - caixões - com os emblemas de times de futebol. Os mais procurados são os times Flamengo, Corinthians e Vasco da Gama.
"Mas se a família do torcedor preferir o emblema do Fortaleza, ou do Ceará, é possível mandar fazer um adesivo para colocar no caixão", diz o proprietário da funerária, José Laércio Costa, acrescentando que, além do emblema do time favorito, a família do torcedor tem direito, se quiser, ao hino do seu time. Neste caso, um carro de som acompanha o cortejo fúnebre até o momento do sepultamento. Uma urna mortuária com o emblema de um time custa, em média, R$ 1.500.
Consórcio da morte
"A morte assusta a todos, ricos e pobres, bonitos e feios, cultos e analfabetos. Ninguém está livre desse derradeiro acontecimento. Porém, devemos estar cientes da nossa condição humana. Não viveremos para sempre". Partindo dessa concepção, a Funerária Vida procura retirar do seu plano o estigma de "consócio da morte".
Recentemente, a funerária atendeu a um pedido de uma cliente que exigiu, no dia do seu velório, a execução do samba "Fita Amarela", cantado por Nelson Gonçalves, que diz: "Quando eu morrer, não quero choro nem vela, quero uma fita amarela, gravada com o nome dela". Outro cliente pediu uma seresta com músicas antigas durante o seu velório. Estes últimos desejos proporcionam uma mudança cultural para o fato da morte, tratando-a como uma passagem certa da vida.
Aniversário
Mas a preocupação da funerária, segundo Laércio, está mais relacionada com a vida do que com a morte. O integrante do plano funerário tem direito a comemorar o seu aniversário de nascimento na sede da empresa, com shows, piadas e, sobretudo, muito calor humano. As festas realizadas, todos os meses, reúnem cerca de 200 pessoas, a maioria idosos.
Laércio justifica que a festa "é uma forma de reunir toda a família e celebrar o aniversário desse personagem tão importante em nossas vidas, guardião de toda a nossa sabedoria. A iniciativa visa homenageá-los e também revelar essa alegria de viver". Boa parte das religiões na Terra, tentam explicar ou até mesmo comprovar que, depois da morte corporal, existe uma nova vida: a do espírito. Os cristãos acreditam em ressurreição, ou seja, ficaríamos em algum lugar esperando o julgamento final de Deus.
Os espíritas acreditam na encarnação e reencarnação, o que significa que, a morte do corpo não representa a morte do espírito e, dessa forma, é possível voltar a viver em outro momento, com o mesmo espírito, mas em um corpo diferente. Essa crença se consiste na ideia de que se pode ter mais uma oportunidade para progredir, ética e moralmente. Até os cientistas, que só acreditam no que podem comprovar, tentam explicar que existe vida após a morte.
Por:Antônio Vicelmo
No Crato, a programação do Dia de Finados começa às 5 horas com uma missa campal em frente ao Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, na Rua Nelson Alencar. Este ano, mais uma vez, será promovida a "Expomorte", uma exposição de fotos de pessoas que já morreram. O evento movimenta a cidade no dia 2 de novembro. Milhares de frequentadores passam pelo local. "Muitos vêm olhar os santinhos e reconhecem familiares, amigos ou pessoas que nem sabiam que tinham morrido", diz o jornalista Huberto Cabral, coordenador da exposição.
Idêntica exposição foi aberta na Praça Cristo Rei. O curador é o taxista Roberto de Souza Brito, conhecido por "Calango" que, há mais de 14 anos, vem juntando lembranças de pessoas que já morreram. A praça foi transformada num velório popular, que atrai até mesmo aqueles que não têm o costume de ir ao cemitério.
Com lágrimas ou com bom humor, homenagear os mortos parece ser uma necessidade universal, uma maneira de reverenciar os antepassados e de lembrar que todos são mortais.
Emblemas de times
Para atender à cultura da cidade, a Funerária Vida criou um sistema de atendimento diferenciado para os moradores do Crato. A empresa passou a vender urnas mortuárias - caixões - com os emblemas de times de futebol. Os mais procurados são os times Flamengo, Corinthians e Vasco da Gama.
"Mas se a família do torcedor preferir o emblema do Fortaleza, ou do Ceará, é possível mandar fazer um adesivo para colocar no caixão", diz o proprietário da funerária, José Laércio Costa, acrescentando que, além do emblema do time favorito, a família do torcedor tem direito, se quiser, ao hino do seu time. Neste caso, um carro de som acompanha o cortejo fúnebre até o momento do sepultamento. Uma urna mortuária com o emblema de um time custa, em média, R$ 1.500.
Consórcio da morte
"A morte assusta a todos, ricos e pobres, bonitos e feios, cultos e analfabetos. Ninguém está livre desse derradeiro acontecimento. Porém, devemos estar cientes da nossa condição humana. Não viveremos para sempre". Partindo dessa concepção, a Funerária Vida procura retirar do seu plano o estigma de "consócio da morte".
Recentemente, a funerária atendeu a um pedido de uma cliente que exigiu, no dia do seu velório, a execução do samba "Fita Amarela", cantado por Nelson Gonçalves, que diz: "Quando eu morrer, não quero choro nem vela, quero uma fita amarela, gravada com o nome dela". Outro cliente pediu uma seresta com músicas antigas durante o seu velório. Estes últimos desejos proporcionam uma mudança cultural para o fato da morte, tratando-a como uma passagem certa da vida.
Aniversário
Mas a preocupação da funerária, segundo Laércio, está mais relacionada com a vida do que com a morte. O integrante do plano funerário tem direito a comemorar o seu aniversário de nascimento na sede da empresa, com shows, piadas e, sobretudo, muito calor humano. As festas realizadas, todos os meses, reúnem cerca de 200 pessoas, a maioria idosos.
Laércio justifica que a festa "é uma forma de reunir toda a família e celebrar o aniversário desse personagem tão importante em nossas vidas, guardião de toda a nossa sabedoria. A iniciativa visa homenageá-los e também revelar essa alegria de viver". Boa parte das religiões na Terra, tentam explicar ou até mesmo comprovar que, depois da morte corporal, existe uma nova vida: a do espírito. Os cristãos acreditam em ressurreição, ou seja, ficaríamos em algum lugar esperando o julgamento final de Deus.
Os espíritas acreditam na encarnação e reencarnação, o que significa que, a morte do corpo não representa a morte do espírito e, dessa forma, é possível voltar a viver em outro momento, com o mesmo espírito, mas em um corpo diferente. Essa crença se consiste na ideia de que se pode ter mais uma oportunidade para progredir, ética e moralmente. Até os cientistas, que só acreditam no que podem comprovar, tentam explicar que existe vida após a morte.
Por:Antônio Vicelmo
Fonte: Diário do Nordeste
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