Pedro I, o pai
Pedro II, o filho
"Uma imagem vale mais do que mil palavras". A frase me vem à mente enquanto folheio um livro de História para alunos de 2º grau. Tenho de dar razão ao prof. Paulo Napoleão Nogueira da Silva, professor de Direito Constitucional na Universidade Estadual Paulista que escreveu:
"Nos cem anos durante os quais vigorou a proibição de sequer falar-se em monarquia, o País foi programaticamente induzido (as palavras programaticamente induzido vêm grifadas no artigo) a esquecê-la. Diretrizes governamentais de todos os tipos, explícitas ou dissimuladas, foram adotadas nesse sentido. Substituíram dom Pedro I por José Bonifácio, na iconografia oficial da Independência, mas a figura do Patriarca não calou fundo, além do que ele próprio era um defensor da Monarquia. Então o papel de Tiradentes - relevante no processo de formação e conscientização da nacionalidade, e sem dúvida glorioso, foi enfatizado e realçado a um grau nem sempre compatível com a realidade histórica. Ainda e sempre, para esconder ou minimizar o papel de Pedro I - um monarca - no processo da Independência.
Desde os primeiros dias da República os autores dos livros didáticos para os cursos primário e secundário, segundo critério de orientação e exigências do Ministério da Educação, passaram a só estampar o retrato de Pedro II com as longas barbas e o aspecto cansado dos seus últimos anos de vida, para associar à Monarquia a imagem de velhice, decrepitude e coisa antiga. Esses mesmos livros tratavam, e ainda hoje tratam, de evidenciar as glórias da proclamação da República, o heroísmo de Deodoro e o idealismo dos seus companheiros, como se tivessem participado de uma feroz batalha em prol da liberdade”.
Tendo sido assim, desde 1889. De lá para cá, as várias gerações vem sendo formadas (melhor dizendo "deformadas") propositadamente pelos historiadores positivistas republicanos.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
No comments:
Post a Comment