Wednesday, October 28, 2009

O MENDIGO

Escrito por Vicente Almeida

Certa vez, um jovem barbeiro, de uma pequena cidade, aparentando uns trinta anos de idade, costumava abrir a porta da sua barbearia e lá se deparar com um mendigo. Aquilo virou rotina, todo dia lá estava ele, cabeludo e muito barbado parecia um homem de 80 anos.

Penalizado, o barbeiro resolveu certo dia, aliviá-lo daquele estado e convidou o mendigo a sentar-se em sua cadeira. Cortou seu cabelo, fez a sua barba, perfumou-o e apareceu um jovem de idade não superior a 40 anos, e de belas feições.

O barbeiro, talvez por respeito, não lhe perguntou o que o levou aquela situação e após o tratamento ainda lhe deu algumas moedas e uma roupa velha dizendo, é para você dar novo rumo a sua vida. E esqueceu completamente o episódio.

Passaram-se os anos, dez, vinte, trinta, quarenta anos, e nunca mais se ouviu falar do mendigo.

Quando completou quarenta e cinco anos, o barbeiro recebeu uma notificação para comparecer diante de um juiz em dia e hora ali especificados.

E lá foi ele, tremendo de medo, passando pela sua cabeça um turbilhão de interrogações! Meu Deus, o que fiz? Sempre fui correto, nunca enganei ninguém, só ajudei. Por que agora que tenho setenta e cinco anos um juiz me intima?

Chegando ao tribunal apresentou-se ao Juiz que o interrogou: O Senhor é fulano de tal, barbeiro há quarenta e cinco anos na rua tal, numero tal?
- Sou sim Senhor Juiz, e tremendo perguntou: de que me acusam?
- De nada, disse o Juiz, mas, aqui há um testamento de um senhor falecido que o indicou como seu herdeiro, e o senhor receberá o equivalente a cinqüenta por cento da sua fortuna.
- Só não entendi uma coisas, disse o Juiz: aqui no testamento ele pediu para lhe informar que as suas moedas se multiplicaram aos milhões, que foi muito feliz e nunca o esqueceu.


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