Saturday, October 31, 2009

CHINA: O despertar do dragão ( I ) – Por: José Nilton Mariano Saraiva

Dentro do misticismo que caracteriza sua milenar cultura, a República Popular da China optou pela figura de um imponente “dragão” para representá-la. E esse dragão, após uma longa noite de sono, despertou. E despertou disposto a recuperar o tempo perdido, provocando um autentico terremoto global.
30 anos atrás, o que sabíamos a respeito da China é que se tratava de um país de dimensões continentais e que abrigava a maior população do mundo (hoje, algo em torno de 1,4 bilhão de pessoas). Não mais que de repente, quando resolveu implementar um misto de “socialismo-capitalista” (pra lá de paradoxal, não ???), a China explodiu e assustou a humanidade e - dúvidas não tenham - daqui há pouco assumirá a condição de maior potência do mundo (deixando para trás Estados Unidos e Japão).
O segredo disso tudo ??? Mão-de-obra sobrando e barata, investimento pesado na educação, e a necessidade de inserção desse enorme contingente na cadeia produtiva, objetivando produzir “rendimentos de escala”.
“Grosso modo” (detalhar aqui seria inviável), para os menos íntimos nos fundamentos econômicos, uma das variáveis contidas nos “rendimentos de escala” é a determinação de se produzir priorizando a “quantidade”, de forma que o custo se reduza ao final do processo produtivo, possibilitando uma considerável diminuição no preço final; ou seja, pratica-se um preço baixíssimo, aparentemente impossível de ser exercitado, de modo que o produto “rode” bastante, fazendo com que o rendimento obtido na quantidade vendida se sobreponha à sua venda, em menor quantidade, por um preço mais elevado.
Podemos constatar isso em qualquer cidade do mundo, tanto numa visita aos mais sofisticados shopping-centers e lojas de departamento, quanto na birosca da esquina de um chinfrim bairro periférico, ao batermos de frente com uma infinidade de produtos “made in China” (o que nos leva à reflexão: como é que pode um negócio ser fabricado lá “do outro lado do mundo” e ser vendido aqui por um preço tão baixo ? Tem produto vendido a R$ 1,99, por incrível que pareça). E olhe que tanto pode ser um prosaico “cortador de unhas”, como um conversível último tipo.
Para entender um pouco desse gigante, suas peculiaridades, suas contradições, seus sucessos, suas tradições e a revolução que lá se processou, a partir de hoje faremos algumas postagens, a respeito.
Por qual razão fazê-lo ??? Simplesmente porque a China terá uma extraordinária importância para a arrancada do Brasil rumo à condição de potência mundial, já que se constitui um carente e potencial mercado consumidor de um portfólio de produtos que temos condição de supri-la, com sobras, a exemplo dos produtos agrícolas e do petróleo (taí o “porque” da importância do pré-sal). Alguém tem alguma dúvida ???

José Nilton Mariano Saraiva
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“Mudanças que países desenvolvidos demoraram cem anos para experimentar, a China viveu em um quarto de século. A mesma geração que demonizou o Ocidente, a burguesia e o capitalismo durante a Revolução Cultural (1966-1976) abraçou com fervor a economia de mercado e o consumo, depois que o Partido Comunista decidiu iniciar reformas e se abrir ao exterior, em dezembro de 1978.
Em 2004, a China ultrapassou o Japão e assumiu o posto de segundo maior consumidor de petróleo do globo. Para dar conta das milhares de obras necessárias ao processo de urbanização, o país engole um terço de todo o aço e nada menos que metade de todo o cimento produzido mundialmente. Entre as inúmeras lendas que surgiram em torno do ritmo de crescimento chinês está a de que só a cidade de Xangai concentra 30% dos guindastes de construção em operação na face da Terra.
O país que há dez anos era movido por bicicletas passou a ser o terceiro maior mercado automobilístico do mundo em 2005, com venda de 5,76 milhões de unidades, acima da Alemanha, abaixo dos Estados Unidos e colado no Japão. Em breve a China subirá ao segundo lugar deste ranking e, por volta de 2015, deverá deixar para trás os norte-americanos.
Quase da noite para o dia, a China assumiu o posto de país crucial para a economia brasileira: é hoje o principal destino das nossas exportações de soja e de minério de ferro e representa quase 6% das vendas nacionais ao exterior, participação inferior apenas à dos Estados Unidos e das Argentina.
Várias economistas sustentam que a China terá um PIB (Produto Interno Bruto) superior ao norte-americano em algum momento entre 2030 e 2040, o que fará pender em sua direção a balança de poder no cenário internacional”.

Fonte: China-O Renascimento do Império (pág. 23 a 25) - Cláudia Trevisan
Postagem: José Nilton Mariano Saraiva





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