Tivemos muitos problemas no Paraná quando saiu esse filme. Várias pessoas ficaram impressionadas com ele, e as ocorrências aumentaram drasticamente. Muitos ligavam para o 190 apenas para perguntar como se entrava na PM e outros apenas para a guarnição chegar ao local para fazer revista neles, para depois saírem contando que foram abordados. Chegou a acontecer que alguns seguranças de uma conhecida empresa de monitoramento, impressionados pelo filme, mataram um jovem, após pegarem este pichando um muro. E o que dizer do filme? Nesse caso, a arte imita a vida? PASSADO Não é novidade para ninguém que as forças policiais já foram usadas outrora apenas à favor da ordem em detrimento à democracia. Regime Militar, DOPS e tantas outras ferramentas engrossaram a repressão em “períodos negros” de nossa história. Porém, junto com setores das forças militares, alguns setores religiosos, de mídia e do poder também colaboraram para isso, mas ninguém comenta o caso.
INTRA CORPORIS Especificamente na Polícia, mesmo sem confirmação desses fatos, dizia-se que policiais receosos até iam atender às ocorrências, mas iam parando em todos os sinais vermelhos, chegando tarde muitas vezes nas ocorrências; que devido à legislação desatualizada, pegavam os caminhos mais longos para fugir muitas vezes do serviço , dos processos e das horas-extras sem remuneração; que policiais ficavam resolvendo assuntos particulares em serviço e com a “notória” frase “cada sociedade tem a Polícia que merece”, pensavam antes muitas vezes em si mesmos do que no serviço ou na população. Mesmo sendo casos isolados, se ocorreram, não deveria ser assim. PRESENTE Os tempos mudaram, pararam de queimar as pessoas em fogueiras, a lei não está mais sujeita à condição financeira e social das pessoas, a corrupção quando descoberta é de pronta neutralizada e a mídia é regulamentada ao ponto de ter liberdade com responsabilidade e ética.
Nas Polícias do Brasil, segundo determinação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), em todos os estados deve ser implantada a Polícia Comunitária (Interativa ou Cidadã). Essa nova filosofia de policiamento visa à aproximação da Polícia com a sociedade, através da colaboração e parceria com organizações civis e governamentais. Esse tipo de policiamento é usado há m ais de cem anos no Japão, e há décadas no Canadá, Estados Unidos entre outros. Essa nova filosofia acompanha o progresso de nossa sociedade e de nossa nação. “BATALHÕES DE ELITE” Bope, Rone, Rota ou qualquer que seja a designação destes são apenas unidades distintas, como o Batalhão Ambiental, de Trânsito ou Patrulha Escolar. Com a Polícia Comunitária, a formação de todos os policiais é generalista, estando cada pm após a conclusão do curso apto a trabalhar em qualquer unidade que seja, desde as que usam uniforme de gala, como o minha (palácio do governo), até as que usam uniforme camuflado.
Quanto aos salários, por força do militarismo, são definidos por graduação ou posto e não por “merecimento”, onde um soldado do Corpo de Bombeiros, Bope ou da Patrulha Rural ganham a mesma coisa. A instrução de um formando das forças militares tem em média trinta e oito matérias (cursos), que abrangem áreas relevantes da Psicologia, Medicina, Direito, Física entre outros, voltados para a execução dos serviços policiais. ANALOGIA Apesar de interessante, esse filme e os fatos contidos nele devem ser vistos com parcimônia, da mesma forma que deve-se ter com o liberalismo das novelas ou alguma parcialidade em noticiários. A arte às vezes é só arte e não reflete a realidade. A Polícia tem evoluído com a sociedade, como o Judiciário e os demais órgãos governamentais, e não há mais espaço hoje para desvios de conduta. O policial, seja de qual unidade for, além de profissional de Segurança Pública, é um amigo que se pode contar nas horas incertas. Até uma próxima chamada do 190.
Agnaldo da Silva Lima Neto
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