Wednesday, January 25, 2012

E haja corrupção -- por Armando Rafael


Chefe de gabinete do ministro das Cidades é demitido

Fonte: Folha de S.Paulo, 25-01-2012

(Mas, o chefe, o ex-presidente Lula, avisa a deputado do PT que pasta das Cidades não deve ficar com petista. Lula locuta, causa finita est)

LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

O chefe de gabinete do ministro das Cidades, Mário Negromonte, foi demitido nesta quarta-feira. A exoneração de Cássio Peixoto, braço-direito do ministro, foi publicada no "Diário Oficial da União". A exoneração não foi a pedido de Peixoto, segundo a portaria. A demissão dele ocorre dois dias depois de o jornal “Folha de D.Paulo” revelar sua participação em negociações com um empresário e um lobista interessados num projeto milionário do ministério. A assessoria do Ministério das Cidades foi procurada para se manifestar sobre a demissão, mas ainda não obteve resposta.

A exoneração foi assinada pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que tem a prerrogativa de nomear e exonerar quem ocupa este tipo de cargo. A assessoria da Casa Civil informou que cabe ao ministério a explicação oficial sobre a saída do chefe de gabinete do ministro. No dia 9 de agosto, Peixoto recebeu em seu gabinete o dono da Poliedro Informática, Luiz Carlos Garcia, e o lobista Mauro César dos Santos para discutir o assunto, ligado a uma proposta de informatização da pasta.

O encontro ocorreu depois de três reuniões do empresário e do lobista na casa do deputado João Pizzolatti (PP-SC) sobre o mesmo tema. Negromonte participou de pelo menos uma das reuniões, assim como seu secretário-executivo, Roberto Muniz. Todos os envolvidos negam que as conversas trataram de algum acerto. Na edição de hoje, o jornal “Folha de S.Paulo” mostra que a cúpula do PP negociou, durante as mesmas reuniões, uma manobra que poderia evitar a fiscalização do dinheiro utilizado no projeto. A estratégia discutida seria estabelecer um convênio da pasta com um organismo internacional para levantar recursos externos, que não podem, por exemplo, ser fiscalizados pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

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