Crato. Uma família deste Município irá recorrer à Justiça contra o Hospital São Francisco, na cidade, pelos danos causados à paciente Danila Meneses Bernardo, 26 anos, que, na última quinta-feira, sofreu o quarto aborto em dois anos. Residente em Crato, ela foi à Maternidade do Hospital São Francisco para fazer a cirurgia para retirada do bebê, aos sete meses de gravidez.
O marido de Danila, Fabiano de Sousa, disse que, ontem, pela manhã, acompanhou a esposa até sua casa, numa ambulância, no bairro Seminário, após alta do hospital, e seguiu a Barbalha, para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), com a finalidade de realizar exames sobre a causa da morte do bebê.
Ele pretende levar à frente o caso, já que não se conforma com as sucessivas perdas dos filhos, sem que haja um tratamento específico para o caso. A família está revoltada com os procedimentos e a situação de constrangimento que chegou a vivenciar no hospital, desde que a paciente foi internada, após a constatação da morte da criança. Fabiano disse que na quarta-feira constataram a morte do bebê ainda na barriga da mãe e obteve, a partir daí, poucas informações a respeito do estado de saúde de sua esposa.
Segundo ele, a cirurgia só veio acontecer após a ida de uma equipe de reportagem ao local. Para a realização da cirurgia, ele afirma que teve de pagar uma ultrassonografia antes em outro local, pois o aparelho do hospital estava com defeito - informação negada pelo hospital.
O marido da vítima disse que irá recorrer, já que teve que pagar um táxi e levar a esposa ao Hospital Dr. Raimundo, na cidade, para fazer a ultrassonografia, tendo de pagar R$ 70,00. Ele ainda ressalta que a causa alegada para os abortos seguidos de sua esposa são consequência de um forte quadro de anemia, mas diz que, em nenhum momento, ela passou por um pré-natal diferenciado. O hospital não quis se pronunciar sobre o caso.
O secretário de Saúde, Cícero França, disse que vai notificar o hospital para saber a causa da mortalidade, por meio da Comissão de Mortalidade Infantil do Município, e avaliar a competência da unidade para o procedimento médico. Ele frisou que a Secretaria de Saúde oferece assistência aos pré-natais, com acompanhamento, assegurando, inclusive, assistência para os casos de gravidez de alto risco.
Cesária
Fabiano disse que Danila chegou a ficar cinco dias para a constatação da perda do bebê, após diversas idas e vindas do hospital. A informação que obteve, nos últimos dias de internação da paciente, foi que sua esposa estava sendo preparada para uma cesárea e para isso tinha que tomar medicamentos, para amadurecer o pulmão. Ele acredita que faltam médicos qualificados para o caso, já que, no ano passado, Danila perdeu um bebê aos 8 meses de gestação.
Fonte: Diário do Nordeste
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