Medida estava prevista para ser implantada este ano, mas foi abortada pelo ministro Fernando Haddad, que criticou atuação do MPF
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que a partir de 2013 o Enem terá duas edições por ano. A medida estava prevista para ser implantada ainda este ano, mas foi cancelada pelo Ministério da Educação (MEC) na última sexta-feira. Dilma comparou o exame ao Programa Universidade para Todos (ProUni), que já concedeu 1 milhão de bolsas de estudos. Para comemorar a marca, houve uma solenidade no Palácio do Planalto. A presidente disse, no evento, que o ProUni também teve que passar por aprimoramentos.
“O ProUni também teve que ter suas adaptações e suas melhorias. É assim que se faz política pública. Como eu faria o Ciências sem Fronteira, o ProUni e o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) sem o Enem? Como seria o acesso democrático de todas as pessoas a essas oportunidades? Não seria”, disse Dilma.
Na solenidade, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que programas em larga escala, como o Enem, exigem "tempo de consolidação". "Você vai aprimorando até o momento em que supera as dificuldades e passa para outros desafios.” Sobre o cancelamento das provas do Enem que seriam aplicadas em abril deste ano, Haddad afirmou que a decisão foi tomada em função das ações na Justiça contra o último exame, que teve questões vazadas para um grupo de estudantes cearenses. Segundo o ministro, os questionamentos judiciais, em especial os do Ministério Público Federal, não dão “tranquilidade” para que o processo seja aperfeiçoado.
“Toda semana nós tivemos uma ação judicial do Ministério Público defendendo uma tese diferente da semana anterior. Nós precisamos consolidar o marco regulatório. Se a cada semana tivermos que enfrentar um debate judicial sobre o que tem de prevalecer em um exame dessa envergadura, isso vai gerar uma instabilidade inadequada. Nenhum vestibular vive a pressão que o Enem vive”, disse Haddad, que deixa o cargo amanhã para se lançar candidato à Prefeitura de São Paulo.
Estadão.edu, com Agência Brasil
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