O vereador George Macário de Brito anunciou ontem ( 27 ) que seu próximo projeto de lei será a proibição do uso de sacolas plásticas não-biodegradáveis em território cratense. O objetivo do novo projeto é mostrar e buscar alternativas, no intuito de minimizar a poluição provocada pelas sacolas ao meio ambiente e em especial à Chapada do Araripe. O vereador George Macário tem se destacado na câmara municipal por ser autor de outros dois projetos já aprovados e que receberam elogios da população: A obrigatoriedade do ensino da História do Crato nas escolas da rede municipal e a disponibilização de Internet Grátis para a população, que estará no ar dentro dentro de poucos dias nas praças centrais da cidade.
O vereador, que é do do partido verde, disse à nossa reportagem que o projeto, após aprovação pela câmara, representa um grande avanço na defêsa e preservação do meio ambiente. George destaca que a Chapada do Araripe tem se tornado um verdadeiro depósito de lixo, especialmente de sacolas plásticas, que por não serem biodegradáveis, levarão centenas de anos para a sua completa decomposição. O vereador ressalta ainda que a Chapada vem sendo bombardeada não só com a poluição química, mas também com vandalismos e com a poluição sonora, o que tem levado diversos proprietários a colocarem seus imóveis à venda.
Saiba Mais
As sacolas plásticas estão fazendo sua parte na sociedade, levando e acondicionando o que o que o consumidor coloca dentro delas. O problema maior é a educação das pessoas que as utilizam. Educação demanda tempo para ser conseguida, algumas vezes, demora gerações e a humanidade não tem mais todo esse tempo para poder reverter o quadro de destruição do planeta. A FUNVERDE faz, aos sábados, desde 2004, o replantio de mata ciliar nos córregos de Maringá. Junto, faz a limpeza dos córregos. O que mais se encontra na limpeza são sacos e sacolas plásticas.
Proporcionalmente, 80% do lixo recolhido são sacos de supermercados com suas logomarcas aparecendo claramente e restos de sacos de lixo que são jogados neste local, 10% garrafas PET de água, refrigerantes, xampu etc., 2% de tecidos em geral (restos de tecido), 1% de vidros em geral, 1% de pneus de bicicletas, carros e caminhões, 5% de outros matériais, inclusive material utilizados em clinicas e hospitais como seringas, agulhas, pacotes de sangue etc. e 1% de metais em geral.
Então o que fazer?
Educar? Sim, é o mais importante. Pedir para que não se jogue sujeira nas ruas, pelas janelas dos carros, depois de consumir uma cerveja ou refrigerante, dar o destino apropriado para todo o lixo. Em 2005, iniciamos a procura de alguma tecnologia emergencial para degradação do plástico. Encontramos várias, desde a tecnologia biodegradável até a oxi-biodegradavel. Optamos pela oxi-biodegradel pelo seu preço e por já estar disponível no mercado europeu há alguns anos.
Pesquisando, descobrimos que a tecnologia biodegradável necessitava de ambiente biologicamente ativo, ou seja, precisa de muitas bactérias para poder consumir este plástico, e isso não se encontra nos plásticos presos às raízes ou galhos de árvores, nas beiras de córregos, nas ruas e estradas, isso só é encontrado nos lixões ou aterros sanitários. Os plásticos que estavam sendo acondicionados nestes locais não nos preocupava, pois já tinham tido destinação correta.
Por esta razão, optamos pela tecnologia oxi-biodegradável, que sempre se degrada, em qualquer condição, pois primeiro se oxida e após este processo, é consumida pelos microorganismos. Procuramos os laudos que haviam sobre processos de degradação dos plásticos aditivados, onde mostrava os efeitos causados ao ambiente. Descobrimos que os plásticos BIODEGRADÁVEIS, em sua degradação, emitem gás metano, que é 21 vez mais prejudicial ao planeta do que o carbono que é emitido pelo plástico aditivado.
Por que plástico oxi-biodegradável?
O plástico oxi-biodegradável tem o preço bem próximo do plástico convencional, é menos poluente, não contém metais pesados e se degrada em qualquer situação. O plástico oxi-biodegradável é reciclável, devendo ter este destino quando coletado, assim como o plástico convencional. O plástico oxi-biodegradável não contamina os processos de reciclagem, nem precisa de coleta separada como é o caso do plástico biodegradável. O plástico oxi-biodegradável pode ser feito de material reciclado. O plástico oxi-biodegradável é compatível com compostagem se este for seu destino.
Os motivos acima foram o suficiente para que a FUNVERDE se declarasse a favor desta tecnologia. Na produção de gasolina, diesel e outros subprodutos do petróleo, a nafta – material do qual o plástico é produzido – é gerada. Se não for aproveitada, será queimada gerando CO2, sem ter tido utilidade para a humanidade. Por isso, enquanto dependermos do petróleo como matriz energética, somos a favor de plásticos derivados do petróleo.
A FUNVERDE não consegue conceber a idéia de utilizar terra fértil tão preciosa e escassa, para utilizar no plantio de milho, cana e outros alimentos para matéria prima do plástico biodegradável. A terra deve ser utilizada para plantar alimento para os seres humanos. Nós sabemos que o ideal, quando se trata de supermercados, é o uso de sacolas retornáveis, movimento crescente nos paises europeus. O mal menor, hoje, na nossa sociedade, é a sacola oxi-biodegradável.
Qual o BEM ou o MAL do plástico OXI-BIODEGRADÁVEL depois de consumido.
SE FOR devidamente destinado para os aterros ou lixões, em pouco tempo irá se decompor, evitando, como no caso dos plásticos convencionais, que se crie camadas de plásticos que impermeabilizam os aterros, impedindo a decomposição do lixo e gerando gases (metano por exemplo). SE FOR jogado em local impróprio, como ruas, fundo de vale etc, irá para o local mais baixo, como os rios e lagos, finalmente o mar, ficando muito menos tempo exposto, pois em 18 meses no máximo, irá se degradar e posteriormente se biodegradar. Para acabar com as dúvidas das pessoas que estão comentando que este plástico irá se fragmentar, aumentando a poluição, vamos dar o exemplo da melancia. Ninguém consegue comer uma melancia inteira, apenas se for fatiada.
Pois com os microorganismos é a mesma coisa, por isso o plástico demora até 500 anos para se degradar. A cadeia molecular do plástico é muito longa, sendo quase impossível de ser consumida pelos microorganismos, mas a partir da degradação, o plástico está fatiado e pronto para ser consumido pelos microorganismos, isto é, biodegradado.
O MAL
As pessoas que são contra o uso desta tecnologia dizem que contém metais pesados, mas sabemos que o metal pesado esta presente no pigmento (cor) do plástico no Brasil. Não interessa se o aditivo que degrada o plástico está presente ou não. Então qual o mal de se degradar em 18 meses ou em 100 anos? O metal pesado esta presente na tinta e não no plástico. Só estaremos deixando um problema para as futuras gerações resolverem.
Por Dihelson Mendonça
Informações adicionais do site FUNVERDE