Olá colega de serviço público! Podemos,em alguns momentos, estarmos em trincheiras diferentes, no entanto, as nossas realidades são bastante parecidas. Somos desrespeitados em nossa dignidade, por percebermos salários tão aviltantes. Não somos incentivados a nos qualificar, pois só os superiores têm esse direito. Não temos a liberdade de escolha quanto ao desenvolvimento das nossas atividades cotidianas. Direito ao lazer? Esporadicamente temos as condições e o tempo necessários para esquecermos um pouco das agruras que nos acometem, engendradas pelo perverso capitalismo. Em geral, convivemos no mesmo espaço social e geográfico , pois as nossas condições sócio-econômicas são assemelhadas, nos restando os grotões para edificarmos os nossos lares. São tantas as semelhanças que não caberiam nessa despretensiosa missiva.
Porém, prezado amigo , pretendo te fazer alguns questionamentos, mas fiques à vontade para respondê-los! O senhor está lembrado de quantos professores e professoras o ajudaram a ter um nível de instrução e, principalmente, a ter a sua educação consolidada? Eles e elas realmente fizeram a diferença em sua vida? Ou eles e elas são prescindíveis? Lembra-se que os seus filhos e filhas passam um bom tempo com os (as) professores(as) nas escolas públicas?
Considero o vosso mister muito delicado e importante ao mesmo tempo. Delicado em função da militarização que os impõem uma disciplina muito rígida e até, em alguns casos,chega a ser humilhante! Entanto, o papel de nos salvaguardar dos malfeitores configura-se como um dos mais nobres da atividade estatal. Só não tem o devido reconhecimento pelos gestores públicos.
Mas, Sinceramente, me permita dizer- lhe que não consigo entender porque alguns de seus pares agem com tanta violência, com tanta força contra os movimentos sociais, compostos de pessoas da nossa mesma estirpe! Há algum retorno financeiro ou promoção funcional a quem mais espanca? Você viu seus colegas hoje(29/092011), torturarem e humilharem os professores em greve na Assembléia Legislativa do Ceará? Isso te causa algum constrangimento? Por acaso, você já torturou alguma pessoa? Se sim, conseguiste dormir tranqüilo? Se porventura o nobre amigo tiver que enfrentar gente poderosa, teria a coragem de agir com a mesma truculência? Ou se acovardaria? Está lembrado de que o poder é do Estado e não da pessoa? Você acredita que os detentores do poder te reconhecerão pelos seus atos de “bravura”?
Me desculpe se te constrangi! Só quero entender um pouco como pensa e age um policial. Espero continuar gozando da sua amizade Ilustríssimo amigo! Juntos, e somente assim, poderemos derrotar o nosso inimigo comum- a exploração dos pobres pelos poderosos.
Um grande abraço!
Prof. Francisco Duarte
Crato-CE
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