Neste recentíssimo episódio da denúncia de corrupção no Ministério do Esporte, tanto o denunciado, como o senador Inácio Arruda (PCdoB–CE) e o presidente da sigla comunista, Renato Rebelo, foram à imprensa para arrotar a surrada frase:
– “Iremos às últimas consequências para provar a inocência do ministro”.
Bravata fingida!
Sempre que lia (ou ouvia) a frase orquestrada, pensava com meus botões: querem fazer o povo de idiota (ora, todo mundo sabia ser verdade as denúncias). E lembrava de um conto da tradição popular conhecido como “A carroça vazia”...
O que é essa Carroça Vazia?
Reproduzo abaixo, resumidamente essa tradição popular.
“Certa manhã o meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque. Deteve-se ele, subitamente, numa clareira e perguntou-me:
– Além dos pássaros, ouves mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos e respondi:
– Estou a ouvir o barulho de uma carroça.
– Isso mesmo, disse o meu pai, de uma carroça vazia.
Perguntei-lhe:
– Como sabe que está vazia, se ainda a não vimos?
– Ora, é fácil! Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.
– Além dos pássaros, ouves mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos e respondi:
– Estou a ouvir o barulho de uma carroça.
– Isso mesmo, disse o meu pai, de uma carroça vazia.
Perguntei-lhe:
– Como sabe que está vazia, se ainda a não vimos?
– Ora, é fácil! Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.
Cresci e hoje, já adulto, quando vejo uma pessoa a falar demais, aos gritos, tratando o próximo com absoluta falta de respeito, prepotente, interrompendo toda a gente, a querer demonstrar que só ele é dono da verdade, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai a dizer:
– Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!
– Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!
No comments:
Post a Comment