O governo do Ceará vai investir 7 bilhões de reais na construção de um canal de 543 quilômetros de extensão para levar água do Rio São Francisco até o açude do castanhão e conseqüentemente garantir definitivamente o sistema de abastecimento da capital, Fortaleza e acabar de vez com a escassez de água no Estado. É o chamado “Cinturão das Águas” que garantirá segurança hídrica para mais de 90 % da população cearense.
O canal, composto por sifões e adutoras, terá condições de receber quase 50 mil metros cúbicos de água por segundo. A sua primeira etapa começará no município de Jati até o Rio Carius, numa extensão de 153 quilômetros e investimento de Hum bilhão e meio de reais, que, segundo o governador Cid Gomes, 50% desses recursos já estão garantidos, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento ( PAC ).
O anteprojeto do trecho 1, de Jati ao Rio Carius, já ganhou três audiências publicas no Cariri, a primeira em Jati e a segunda em Missão Velha e o Crato foi sede da terceira onde participaram ambientalistas, poder publico municipal, comunidades, representantes da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos ( SRH ) e da VBA Tecnologia e Engenharia, empresa responsável pela sua elaboração. Maria Alice Guedes Marques, da SRH esclareceu que o projeto está em estudo para evitar complicações ambientais e depois será feito o levantamento cadastral para definir o traçado da linha do canal. Antonio Araujo, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Salgado, entidade composta por 50 membros de diversas instituições, acredita na obra e disse que o projeto vai garantir o desenvolvimento do Ceará porque vem beneficiar a expansão do parque industrial e comercial em todo o Estado.
O secretário municipal do meio ambiente do Crato, Nivaldo Soares de Almeida, reconhece a importância do projeto mas alguns pontos, segundo ele, precisam ser discutidos com mais profundidade para evitar danos nas unidades de conservação ambiental do Cariri, prejudicar as comunidades e algumas empresas, principalmente aquelas que ficam nas periferias da cidade, como por exemplo as nossas cerâmicas, por onde o canal passará.
Nivaldo disse ainda que o canal terá inclinação de 5 centímetros a cada quilometro e isto exige que ele passe por determinados pontos sendo preciso fazer pequenos deslocamentos para evitar maior comprometimento às populações, industrias ou comercio. O engenheiro da VBA Tecnologia e Engenharia, João Marques, esclareceu que será possível alterar o traçado da linha do canal caso o estudo topográfico apresente possíveis impactos ambientais ou danos a empresas.
Por: Wilson Rodrigues
Repórter e Colaborador do Blog do Crato e Chapada do Araripe OnLine
Foto Ilustrativa - Governo do Estado do Ceará
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