Para vigilância, nome do padre é usado para aumentar as vendas. Segundo especialistas em ervas medicinais, produto pode ser nocivo.Técnicos da vigilância sanitária de Juazeiro do Norte, cidade no Sul do Ceará, fizeram inspeção nesta segunda-feira (24) para apreender remédios caseiros batizados com o nome de Padre Cícero e vendidos no comércio local. A vigilância recolheu também a chamada "pomada Padre Cícero''. Os fiscais afirmam que a imagem de Padre Cícero é usada para aumentar as vendas do produto, que pode causar efeitos colaterais.
De acordo com o fiscal da vigilância sanitária Carlos Alberto de Azevedo, as substâncias são misturas de ervas embaladas em um frasco com rótulo e vendida como remédio. "A partir do momento em que você põe um rótulo e diz que serve para isso ou para aquilo, tem de haver uma responsabilidade técnica, que vai garantir que aquele produto tem qualidade", explica o fiscal.
Juazeiro do Norte é o maior centro religioso do Ceará e um dos principais do Nordeste. A cada ano milhões de pessoas visitam o município em devoção a Padre Cícero Romão Batista, fundador da cidade e santo popular, mesmo sem ser canonizado pela Igreja Católica.
De acordo com técnicos, os remédios Padre Cícero têm elementos como o amoníaco, que podem causar efeito colateral. Os comerciantes defendem que os produtos apontados como prejudiciais são usados apenas para conservar o remédio. "Nós usamos arueira, baço, ameixa, todos remédios para cicatriz. Depois é só cozinhar e fica pronto", diz o comerciante José Ramos, que afirma que o produto não causa efeito colateral.
A proibição desagradou os comerciantes. Eles alegam que o remédio é vendido há décadas na região e que a satistação dos romeiros que visitam a cidade é prova da qualidade dos medicinais Padre Cícero. "Sempre que venho a Juazeiro do Norte compro o bálsamo Padre Cícero. Eu uso para passar mais as dores, e para mim serve", diz a romeira Gilerne Fernando, da Paraíba.
Do G1 CE, com informações da TV Verdes Mares Cariri

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