Uma das opções de livros didáticos de Geografia para o ensino médio indicadas pelo Ministério da Educação traz uma foto de uma cidade, banhada por um rio, com a legenda: “Vista área do Rio São Francisco em Maceió, Alagoas”. O São Francisco acaba a mais de 130 quilômetros de Maceió, na fronteira alagoana com Sergipe.
O erro não foi notado pelos avaliadores do ministério que, pelo contrário, recomendaram a obra "Conexões - estudos de geografia geral e do Brasil" no Manual do Livro Didático, tendo como ponto forte “Representação cartográfica e adequação e exploração de ilustrações”. O livro consta entre as opções a adotar para 2012.
No mês passado, o professor Marcelo Moura Paiva, que dá aula em duas escolas estaduais do Rio de Janeiro, percebeu a falha. Ligou para a editora Moderna, que publicou a obra, e para o Ministério da Educação. “Nos dois casos fui atendido por pessoas que não entendiam o problema e em nenhum tive uma resposta”, diz.
Para o professor, o problema não é mais este livro, que não será escolhido pela escola, mas a falta de critério na escolha. “Esse erro eu percebi até porque morei em Alagoas, mas eu confesso que não sei tudo, se tivesse um erro no nome de uma placa tectônica, por exemplo, eu ia passar errado para meus alunos.”
Para o professor, o problema não é mais este livro, que não será escolhido pela escola, mas a falta de critério na escolha. “Esse erro eu percebi até porque morei em Alagoas, mas eu confesso que não sei tudo, se tivesse um erro no nome de uma placa tectônica, por exemplo, eu ia passar errado para meus alunos.”
O Ministério da Educação informou que entrou em contato com a editora que “se comprometeu em corrigir a informação antes da distribuição do livro em 2012, primeiro ano em que ele estará na lista do Programa Nacional do Livro Didático”. A Editora Moderna reconheceu o erro e disse que sua equipe já o havia identificado. “O livro que chegará em 2012 às escolas trará uma foto da região de Piaçabuçu (Alagoas), área próxima à foz do Rio São Francisco”. A editora lembra que as informações nos textos da mesma coleção identificam corretamente o trajeto e a região da foz do rio.
Desde o início do ano, o Ministério da Educação vem lidando com polêmicas e erros nos livros didáticos distribuídos ou indicados. Uma obra para Educação de Jovens e Adultos (EJA) foi criticada por conter um trecho em que aceita a utilização de construções como "nós pega" ao falar. Outro livro, destinado a escolas do Campo, continha erros de matemática como 10 - 7= 4.
Nota: O acúmulo de erros do MEC somado aos absurdos propagados diariamente em nossas universidades nos deixa muito claro que nós definitivamente nunca seremos um país de futuro. Alguém pode protestar contra uma crítica tão ácida a respeito de um aspecto dito como banal, porém, somente que vem acompanhando a somatória de tais fenômenos pode dar-se conta da gravidade da questão. Não há aqui um fenômeno isolado, mas um conjunto deles, que uma mente mais inocente não ousaria pensar que pudessem atuar mutuamente para a destruição cultural de um país. A sobrevivência meramente econômica, como muitos liberais inocentes acham, não basta.
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