NE - Alguém quer fazer uma vaquinha pra ajudar aí ?
JANGADEIRO - Segundo o noticiário da Folha.com e do blogueiro Josias de Souza, no último final de semana, José Adalberto Vieira da Silva (foto), conhecido nacionalmente depois de ser preso no aeroporto de Congonhas, quando levava quase meio milhão de reais em julho 2005 (uma parte na cueca US$ 100,5 mil), quer o dinheiro de volta. José Adalberto é ex-assessor do deputado federal cearense, José Guimarães (PT). Em dezembro de 2005, o Ministério Público Federal no Ceará concluiu que o dinheiro transportado na cueca e em uma mala pelo ex-assessor era propina proveniente de um contrato de financiamento em investigação, de R$ 300 milhões, fechado entre o Banco do Nordeste (BNB) e o consórcio Alusa/Sistema de Transmissão do Nordeste (STN). Com base nessa conclusão, oito pessoas foram indiciadas, entre elas estão o ex-assessor e o deputado.
Veja a reportagem que trata da intenção de José Adalberto de pedir o dinheiro da “cueca” de volta:
“Pois bem, decorridos cinco anos, José Adalberto reivindica na Justiça a devolução da grana, ainda retida. A repórter Andreza Matais encontrou o homem da cueca. Em notícia veiculada na Folha, ela relatou o que viu e ouviu. Achou-o no interior do Ceará, na cidade de Aracati. Mora em casa modesta, assentada numa rua de terra batida. Depois de 17 anos de serviços prestados, José Adalberto perdeu o emprego de assessor parlamentar do PT. Para prover o sustento, abriu um negócio: uma pequena mercearia. Vende de farinha a chinelos. O flagrante de Congonhas rendeu-lhe um processo, ainda inconcluso. Frequenta os autos companhia de outros nove suspeitos. Como ninguém se anima a assumir-se como dono do dinheiro de má origem, José Fernando cuidou de reivindicá-lo para si.
Levou o ervanário ao seu Imposto de Renda. “Declarei porque entendi que tinha que declarar, afinal de contas o dinheiro estava comigo, não pertence a ninguém”. E quanto à origem? “Declarei como sendo uma doação e pronto. Ninguém vai ouvir da minha boca quem é o doador. Sobre isso não falo”. A Receita Federal multou-o em R$ 200 mil. “Não paguei. Meus advogados recorreram, mas até agora a Receita não se manifestou sobre o recurso”. Em depoimento à polícia, José Adalberto saíra-se, na época, com uma alegação rota. Dissera que o dinheiro viera da venda de hortaliças. Depois, refez o depoimento. Em nova versão, afirmara que recolhera os maços de notas com um amigo chamado João Moura. O Ministério Público sustenta outra coisa. Era propina, provida por empresários bafejados com facilidades na obtenção de empréstimos no Banco do Nordeste.
Ouvidos, todos os suspeitos negam o malfeito. Na expectativa de reaver os recursos, José Adalberto capricha no mistério: “Sobre o dinheiro, é uma questão que eu ainda tenho dificuldades de falar, até para um psicólogo. É uma coisa minha, de foro íntimo”. Tenta reescrever a crônica: “Não estava na cueca, mas no cós da calça”. Reconhece que prega no vazio: “Também, que diferença faria se eu tivesse guardado o dinheiro de qualquer outra forma?…” “…Estando comigo naquela circunstância, sendo quem eu era, o estardalhaço teria sido o mesmo”.
Enquanto espera pela devolução da “doação” que “não pertence a ninguém”, José Adalberto faz um pedido: “Gostaria que todo mundo me esquecesse”. Difícil, muito difícil, dificílimo. Tornou-se um desses personagens inesquecíveis da era Lula.”
Fonte: Jangadeiro OnLine
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