Hoje esta cidade comemorou mais um aniversário de sua elevação à categoria de Vila Real do Crato, fato ocorrido em 21 de junho de 1764. A data nos serve, também, para refletir sobre o esquecimento a que foi relegada a memória de Frei Carlos Maria de Ferrara, o fundador desta cidade. Tirando uma minúscula placa existente numa coluna da Praça da Sé (que de tão diminuta não chama a atenção de ninguém) não encontramos mais nada a lembrar Frei Carlos Ferrara na cidade por ele fundada. Este frade viveu cerca de dez anos (1740-1750) aqui. Nascido de família abastada da cidade de Ferrara, Itália, ainda jovem, Carlos decidiu contribuir com a obra de Deus em terras inóspitas e longínquas do continente americano. Veio parar no Brasil. Chegando a Recife foi enviado para evangelizar tribos indígenas, entregues ao paganismo e à barbárie, no Vale do Cariri. Frei Carlos Maria foi um novo Anchieta. Vestia hábitos velhos e remendados; passou fome e sentiu frio, padeceu de doenças e enfrentou um mundo atrasado e isolado dos centros mais civilizados. Na sua rotina diária celebrou – quantas vezes – o Santo Sacrifício da Missa; pregou a Boa Nova, batizou e legitimou uniões entre homens e mulheres, nestes confins distantes cerca de 600 km do litoral, numa época que não existiam estradas nem comunicações de qualquer espécie.
Fundou a Missão do Brejo do Miranda, origem da atual cidade de Crato. E ergueu, no centro da Missão, uma humilde capelinha de taipa coberta com folhas de palmeiras. O pobre e rústico santuário foi dedicado, de maneira especial, a Nossa Senhora da Penha, a São Fidelis de Sigmaringa e à Santíssima Trindade. Em volta da capelinha, ficavam as palhoças dos índios. Estes, além de cuidarem das plantações rudimentares, recebiam os incipientes ensinamentos da fé católica, ministrados por Frei Carlos. Aos poucos, nas imediações da Missão, elementos brancos foram construindo suas casas. Era o início da atual cidade do Crato. Não padece dúvidas de que o fundador do Crato foi frei Carlos Maria de Ferrara. É esta a mais bela página da história cratense. E, no entanto, nenhuma medida foi tomada pelo poder público para homenagear, nesta cidade de Crato, Frei Carlos Maria de Ferrara. Sequer existe aqui um beco com o nome dele.
Lugar ingrato para com seus benfeitores, esta cidade de Crato...Fundou a Missão do Brejo do Miranda, origem da atual cidade de Crato. E ergueu, no centro da Missão, uma humilde capelinha de taipa coberta com folhas de palmeiras. O pobre e rústico santuário foi dedicado, de maneira especial, a Nossa Senhora da Penha, a São Fidelis de Sigmaringa e à Santíssima Trindade. Em volta da capelinha, ficavam as palhoças dos índios. Estes, além de cuidarem das plantações rudimentares, recebiam os incipientes ensinamentos da fé católica, ministrados por Frei Carlos. Aos poucos, nas imediações da Missão, elementos brancos foram construindo suas casas. Era o início da atual cidade do Crato. Não padece dúvidas de que o fundador do Crato foi frei Carlos Maria de Ferrara. É esta a mais bela página da história cratense. E, no entanto, nenhuma medida foi tomada pelo poder público para homenagear, nesta cidade de Crato, Frei Carlos Maria de Ferrara. Sequer existe aqui um beco com o nome dele.
Escrito e postado por Armando Lopes Rafael
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