Wednesday, June 23, 2010

Falando sobre a Copa II - Por Beto Fernandes

E conforme havia dito no primeiro texto sobre Copa do Mundo, estou de volta para falar um pouco sobre o assunto. O jogo do Brasil com a Costa do Marfim além de valer os 3 pontos, serviu para o reencontro dos nossos jogadores com um futebol mais solto, alegre e técnico (o verdadeiro futebol brasileiro) e para tirar a desconfiança sobre a equipe depois da pífia apresentação contra a Coréia do Norte. Aquela seleção amigos é a pior da Copa. Portugal enfiou sete e havia espaço para mais. Eis uma boa prova.

Taticamente a Costa do Marfim foi escalada de modo a inibir as progressões dos alas Michel Bastos e Maicon. O treinador “Zangão”, digo, Dunga, observou e concentrou a partida pelo meio com destaques para movimentação de Robinho, Kaká (que está melhorando, mas ainda longe do jogador excepcional que é), Elano e Luís Fabiano. Isso é bê-á-bá. Toda e qualquer equipe que quer ser campeã de uma competição precisa ter alternativa tática já que a técnica é individual e depende do dia de cada atleta.

Daniel Alves não tem como ser o 13º jogador. Ele tem vaga na equipe titular com qualquer outro treinador, menos com o atual. Em 1994 Raí era o craque, mas foi barrado por Parreira durante a Copa para dar lugar a Mazinho. Isso é história minha gente. No momento Daniel joga mais que Gilberto Silva, Felipe Melo e o próprio Kaká. Como ficar na reserva?

E a “bola da Copa”, a Jabulani (CELEBRAR), é ruim ou boa? Ninguém aguenta mais essa pergunta, principalmente via TV Globo. Não sou atleta, mas como todo bom brasileiro que gosta do palpite digo que deve ser boa tanto quanto qualquer outra. A questão não é de qualidade ou adaptação com a “pelota” (é o novo?!?) e sim de marketing. A Bola é produzida pela ADIDAS, patrocinadora da Copa da África. Os críticos que vestem a camisa amarela do Brasil, muito provavelmente, eu não estou afirmando, o fizeram porque a nossa Seleção é patrocinado pela Nike (concorrente direta da ADIDAS na fabricação de produtos esportivos).

Kaká, camisa 10 do Brasil, foi diplomático ao falar sobre a bola da Copa. E por quê? (pode perguntar um leitor mais atento). Patrocinado pela ADIDAS, quando do lançamento da bola em dezembro passado Kaká foi só elogios. Já Júlio Batista e Luís Fabiano, patrocinados da NIKE, detonaram. Num dos programas Central da Copa o jogador Marcelinho Carioca (ou seria já ex-jogador?) foi indagado pelo apresentador e disse que qualquer jogador profissional se adaptaria com a mesma em no máximo meia hora. Pode não ser tecnicamente dos melhores, é indisciplinado, mas Marcelinho tem uma virtude bem melhor que muitos dos jogadores que estão na Copa: chuta (a bola) bem.

O problema não é a bola, mas a forma como é tratada. Luís Fabiano tocou com o braço duas vezes no terceiro gol contra a Costa do Marfim e não reclamou. Quase furava a rede no primeiro gol e também não reclamou. E ai? Tomara que ele repita o sucesso na final da Copa com a bola Jo’bulani. O nome foi inspirado na cidade de Joanesburgo e é uma versão especial da Jabulani.

Vou encerrar sobre a boa bola da Copa senão podem dizer CALA A BOCA BETO. Sim, porque essa é a onda. É só no que se fala: Cala a Boca Galvão, Cala a Boca Tadeu Schmidt e Cala a Boca Dunga. Vamos no ater um pouquinho sobre o ótimo narrador Global. Galvão Bueno consegue agradar e desagradar aos torcedores com a mesma intensidade. Bela voz, dá a emoção adequada (consegue fazer isso na Fórmula 1, quanto mais no futebol que todos adoram), mas dá com os pés pelas mãos quando começa a comentar. Esse é o problema. Se apenas narrasse e deixasse os comentários para Walter Casa Grande, Júnior, Falcão, Arnaldo César Coelho ou José Roberto Wright ninguém pediria para ele CALAR A BOCA.

Narra futebol no rádio é uma coisa. Você cria e a imaginação do ouvinte, principalmente se não estiver no estádio, vai formando a imagem. Na TV há certas colocações que são redundâncias. Não adianta dizer que está acontecendo algo, quando as imagens mostram o contrário. Na partida contra a Coréia do Norte, por exemplo, Kaká estava inerte em campo e Galvão com sua emoção insistia para os telespectadores que o jogador estava “se recuperando”, “se superando”. Pelo amor de Deus. Foi o pior em campo, talvez a pior partida de sua carreira.

Estou gostando do desempenho das seleções sul-americanas nesta fase inicial da Copa. Uruguai, Argentina (até eles), Chile, Paraguai e nós estamos muito bem. Isso é o positivo desta fase. O negativo a entrevista (?) coletiva de Dunga após a segunda partida. Desequilíbrio puro. Não suporto certas coisas da TV Globo, mas o treinador foi deselegante e descortês com o jornalista Alex Escobar. Não combina com o Dunga acostumado a conquistas títulos. Já o vejo como um ótimo futuro ex-treinador da Seleção Brasileira.

Meu sonho para final: Brasil e Argentina. Jogo equilibrado, tenso, “catimbado”. Empate em zero a zero até os 15 minutos da segunda etapa da prorrogação. Nosso gol só nos últimos segundos. Como? Alguém chutaria a bola contra o banco de reservas dos “hermanos de la plata “. Como o treinador/torcedor Maradona é indisciplinado, nervoso estaria entrando em campo. A Jo’bulan bateria em sua cabeça (de vento) e caprichosamente iria ao ângulo superior esquerdo do goleiro Sérgio Romero. Brasil Hexa 1, Argentina, vice, zero.

Deixem-me acordar. Ainda temos Portugal, as oitavas, quartas, semifinais e a final, mas que seria o ápice, isso seria.

Até o próximo falando sobre a Copa.

Por Beto Fernandes

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