Muitas pessoas questionam os motivos, apontam soluções paliativas, sugerem medidas drásticas, mas poucos vão ao fundo da questão para identificar as verdadeiras raízes dos problemas que estão pendentes de soluções no Estado Brasileiro. Creio que o significado do termo oclocracia se encaixa e explica os porquês de muitas situações e fatos que cotidianamente são divulgados nos meios de comunicação do nosso país.
A oclocracia nada mais é do que um subproduto resultante da degeneração da democracia. É o governo dos piores, que aos poucos vai contaminando toda a sociedade. Nesta situação perde-se a noção do certo e do errado, condutas lamentáveis passam a ser aceitas como normais, inclusive pelas elites. Vale tudo para ascender política e financeiramente, não raro por meios escusos. Obviamente os valores relativos à ética, moral e até mesmo à formação intelectual estão definitivamente de fora desta ascensão. Quem quer "se dar bem" não pode ficar perdendo tempo com assuntos filosóficos. Na oclocracia, o dinheiro abre as portas para tudo, sendo irrelevante a sua procedência.
Tem muita gente vivendo à custa de atividades ilícitas. Nas favelas e morros do Brasil, o tráfico de drogas é um emprego como outro qualquer, embora sendo de risco, garante a sobrevivência. Para muitos jovens é o único caminho que se mostra ao alcance para sair da miséria. A clientela é grande, tem dinheiro sobrando e estão rotineiramente fazendo encomendas. É a lei do mercado: enquanto houver demanda haverá oferta. Especialistas no tema apontam que o narcotráfico movimenta milhões de dólares. Por onde anda este dinheiro? Embaixo do colchão com certeza não está.
Soltamos as rédeas da carruagem, seguimos ao pé da letra o provérbio popular "deixa estar para ver como fica". O resultado é este que estamos vivenciando. Corrupção, tráfico de drogas, assassinatos, roubo, furto não saem no noticiário. A "Lei de Gerson" está em pleno vigor, muito mais do que na época em que veio à tona. Mudar este quadro a curto prazo não será tarefa fácil. Infelizmente, carecemos de cidadãos dispostos a servir de exemplo. Os poucos que se arriscam a tentar fazer alguma coisa, quando se deparam com a sujeira generalizada, são convidados a entrar no esquema ou então devem partir em retirada. Cada um está preocupado apenas com o seu próprio bem-estar.
Entretanto, não podemos perder a esperança por dias melhores. O mundo está apostando no nosso país. Toda nação gostaria de ter a honra de ser a anfitriã de "suprassumos" como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos.
O Estado Nacional reflete o modo de pensar e agir do povo que o habita. É visível a necessidade de mudarmos o comportamento frente às vicissitudes, de adotarmos medidas para revitalizar, incrementar e divulgar a importância do engajamento de toda a população para solução dos problemas sociais que estão a colocar sob suspeita a nossa proclamada sociedade democrática de direito. Momento melhor do que este dificilmente irá ocorrer novamente.
* Jorge Carlos Mastroberte é auditor Público do TCE/RS
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Ora, Sr. Auditor. Isto ocorre pela vigência de uma constituição esdrúxula, corporativista, benevolente que estabelece privilégios, centralização de decisões e tributos e prevalência do direito individual ao coletivo. Esta constituição salvaguarda e alimenta a "multidão" formada por bandidos, corruptos, rebeldes, justiceiros, oportunistas que promovem e se beneficiam com a inoperância dos instrumentos de coação, justiça e cidadania responsáveis pela paz social. O senhor mesmo, nas suas funções, deve sentir esta impotência diante das ilicitudes. Não podemos contar com o Estado nacional, pois a constituição está toda remendada, as leis são desrespeitadas e os poderes estão desacreditados e reféns das improbidades, divergências, desarmonia e corporativismo. A nossa "irracionalidade" é o "adormecimento" que a todos nós contamina e imobiliza. O engajamento por um Brasil melhor só virá diante de uma energia coletiva ou fato de repercussão capaz de "amedrontar" governantes e magistrados diante de uma possível revolução, ditadura popular ou mobilização que tire privilégios e salários extravagantes.
OCLOCRACIA - (do grego okhlos, multidão e kratos, poder) não é, rigorosamente, uma forma de governo, mas uma situação crítica que vivem instituições, ao sabor da irracionalidade das multidões. O termo oclocracia indica o jugo imposto pelas multidões ao poder legítimo e à lei, fazendo valer os seus intentos acima de quaisquer determinações de Direito Positivo. A oclocracia também pode ser definida como o abuso que se instala no governo democrático quando a multidão se torna senhora dos negócios públicos. Segundo a visão clássica aristotélica, é, como a tirania e a oligarquia, um dos três tipos específicos de degeneração das formas puras de governo - da politeia. Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Oclocracia mostra sua cara - Matéria de O Globo, em 18/10/2010 - Jorge Carlos Mastroberte* ( matéria sugerida por George Macário )
A oclocracia nada mais é do que um subproduto resultante da degeneração da democracia. É o governo dos piores, que aos poucos vai contaminando toda a sociedade. Nesta situação perde-se a noção do certo e do errado, condutas lamentáveis passam a ser aceitas como normais, inclusive pelas elites. Vale tudo para ascender política e financeiramente, não raro por meios escusos. Obviamente os valores relativos à ética, moral e até mesmo à formação intelectual estão definitivamente de fora desta ascensão. Quem quer "se dar bem" não pode ficar perdendo tempo com assuntos filosóficos. Na oclocracia, o dinheiro abre as portas para tudo, sendo irrelevante a sua procedência.
Tem muita gente vivendo à custa de atividades ilícitas. Nas favelas e morros do Brasil, o tráfico de drogas é um emprego como outro qualquer, embora sendo de risco, garante a sobrevivência. Para muitos jovens é o único caminho que se mostra ao alcance para sair da miséria. A clientela é grande, tem dinheiro sobrando e estão rotineiramente fazendo encomendas. É a lei do mercado: enquanto houver demanda haverá oferta. Especialistas no tema apontam que o narcotráfico movimenta milhões de dólares. Por onde anda este dinheiro? Embaixo do colchão com certeza não está.
Soltamos as rédeas da carruagem, seguimos ao pé da letra o provérbio popular "deixa estar para ver como fica". O resultado é este que estamos vivenciando. Corrupção, tráfico de drogas, assassinatos, roubo, furto não saem no noticiário. A "Lei de Gerson" está em pleno vigor, muito mais do que na época em que veio à tona. Mudar este quadro a curto prazo não será tarefa fácil. Infelizmente, carecemos de cidadãos dispostos a servir de exemplo. Os poucos que se arriscam a tentar fazer alguma coisa, quando se deparam com a sujeira generalizada, são convidados a entrar no esquema ou então devem partir em retirada. Cada um está preocupado apenas com o seu próprio bem-estar.
Entretanto, não podemos perder a esperança por dias melhores. O mundo está apostando no nosso país. Toda nação gostaria de ter a honra de ser a anfitriã de "suprassumos" como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos.
O Estado Nacional reflete o modo de pensar e agir do povo que o habita. É visível a necessidade de mudarmos o comportamento frente às vicissitudes, de adotarmos medidas para revitalizar, incrementar e divulgar a importância do engajamento de toda a população para solução dos problemas sociais que estão a colocar sob suspeita a nossa proclamada sociedade democrática de direito. Momento melhor do que este dificilmente irá ocorrer novamente.
* Jorge Carlos Mastroberte é auditor Público do TCE/RS
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Ora, Sr. Auditor. Isto ocorre pela vigência de uma constituição esdrúxula, corporativista, benevolente que estabelece privilégios, centralização de decisões e tributos e prevalência do direito individual ao coletivo. Esta constituição salvaguarda e alimenta a "multidão" formada por bandidos, corruptos, rebeldes, justiceiros, oportunistas que promovem e se beneficiam com a inoperância dos instrumentos de coação, justiça e cidadania responsáveis pela paz social. O senhor mesmo, nas suas funções, deve sentir esta impotência diante das ilicitudes. Não podemos contar com o Estado nacional, pois a constituição está toda remendada, as leis são desrespeitadas e os poderes estão desacreditados e reféns das improbidades, divergências, desarmonia e corporativismo. A nossa "irracionalidade" é o "adormecimento" que a todos nós contamina e imobiliza. O engajamento por um Brasil melhor só virá diante de uma energia coletiva ou fato de repercussão capaz de "amedrontar" governantes e magistrados diante de uma possível revolução, ditadura popular ou mobilização que tire privilégios e salários extravagantes.
OCLOCRACIA - (do grego okhlos, multidão e kratos, poder) não é, rigorosamente, uma forma de governo, mas uma situação crítica que vivem instituições, ao sabor da irracionalidade das multidões. O termo oclocracia indica o jugo imposto pelas multidões ao poder legítimo e à lei, fazendo valer os seus intentos acima de quaisquer determinações de Direito Positivo. A oclocracia também pode ser definida como o abuso que se instala no governo democrático quando a multidão se torna senhora dos negócios públicos. Segundo a visão clássica aristotélica, é, como a tirania e a oligarquia, um dos três tipos específicos de degeneração das formas puras de governo - da politeia. Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Oclocracia mostra sua cara - Matéria de O Globo, em 18/10/2010 - Jorge Carlos Mastroberte* ( matéria sugerida por George Macário )
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