Os técnicos da usina nuclear de Fukushima Daiichi retomaram na manhã desta quinta-feira (noite de quarta no Brasil) as operações de resfriamento e conexão dos reatores do sistema na rede elétrica, informou a Agência de Segurança Nuclear japonesa. Os trabalhos haviam sido suspensos na tarde de quarta-feira após ter sido detectada uma fumaça preta que saía do reator 3, o única das seis da central que usa como combustível uma perigosa mistura de urânio e plutônio.
Segundo a Tokio Electric Power (Tepco), que administra a central nuclear, na manhã de quinta-feira a fumaça já não era visível, por isso foram retomados os trabalhos para ligar a eletricidade aos sistemas do reator e das bombas que refrigeram o núcleo e a piscina que contém o combustível usado. Os engenheiros desconhecem o motivo da fumaça escura, mas não foi detectado fogo ou um aumento nos níveis de radiação. No entanto, a televisão "NHK" mostrou imagens do começo da manhã de quinta-feira nas quais era possível ver colunas de fumaça branca, aparentemente vapor, saindo dos reatores 1, 2, 3 e 4.
Esta é a primeira vez que vapor branco sai da unidade 1, que sofreu uma explosão de hidrogênio um dia depois do terremoto do dia 11 que afetou os sistemas que estabilizam a central. Nesta quarta-feira, a temperatura do reator 1 subiu bastante, mas por enquanto não foi detectado uma piora da situação, que parece mais estável graças aos trabalhos de injeção de água e à chegada dos cabos de eletricidade aos 6 reatores. A central nuclear de Fukushima Daiichi foi atingida no último dia 11 por um terremoto seguido de um tsunami de 14 metros que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água. O sistema de emergência, que utiliza geradores a diesel, também caiu.
RADIOATIVIDADE
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse na quarta-feira ter sido informada pelas autoridades japonesas de que as taxas de radiação na usina de Fukushima Daiichi estão caindo, mas que a contaminação por iodo e césio em áreas próximas aumentou. A posição atualizada da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) foi anunciada no mesmo dia em que o próprio governo japonês pediu que crianças com menos de um ano não consumam água da torneira em Tóquio. Em seu informe, o especialista Graham Andrew, ligado à agência, disse que um dos trabalhadores empenhados em evitar um desastre na usina nuclear no Japão foi exposto a uma alta dose de radiação que pode elevar o risco de câncer.
Autoridades japonesas também disseram à AIEA que duas municipalidades próximas da usina danificada --as de Chiba e Ibaraki-- foram alertadas para monitorar produtos de origem marinha. Altos níveis de iodo e césio radioativo foram identificados perto de pontos de escoamento de água da usina elétrica de Fukushima, "antes de diluição pelo oceano", afirmou Andrew. Autoridades japonesas fizeram na terça-feira testes de radiação na água do mar perto do local da usina, mas enfatizaram que os níveis elevados então detectados não eram motivo para preocupação.
Fonte: Folha.com
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