Esta matéria é do dia 05 de Março, mas o Preço do feijão continua...
Crato. O preço do feijão carioquinha, ou mulatinho, como é conhecido na região, subiu 300% em menos de um mês. Passou de R$ 100,00 o saco de 60 quilos para R$ 300,00. Na feira do Crato, o quilo do produto estava sendo vendido a R$ 5,50, mais de R$ 300,00 o saco. Os consumidores estão alarmados com os preços. A alta do feijão surpreendeu até os vendedores.
De acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos e Estatísticos (Dieese), o feijão teve uma inflação de 22,73%. Com isso, o preço de R$ 11,88 por 4,5 quilos, aumentou para R$ 14,58. O relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta queda na safra do produto. Referente à produção agrícola de outubro de 2007, comparado com o mesmo período do ano passado, o feijão (1ª safra) apresentou estimativa de 14,1%; a 2ª safra, com 19,9% e a 3ª safra com 0,9%.
O cerealista de Brejo Santo, José Bezerra de Moura, conhecido como “Zé Terra Quente”, apontado como o maior distribuidor de feijão do Cariri, explicou que a alta é atribuída à queda na oferta. Antes, o carioquinha vinha da região de Irecê (BA). Hoje, está vindo de Minas Gerais. O consumidor está pagando o frete e a escassez, uma vez que a colheita começou agora.
A produção regional é insignificante. Só dá para o consumo doméstico. Os invernos irregulares, segundo técnicos da Ematerce, são as principais causas da queda na produção. “A situação será normalizada no mês de janeiro, quando aumentar a produção”, acredita Terra Quente. O próprio cerealista não comprou o feijão de Minas Gerais. Ele justificou que, com este preço não tem mercado. “Só quem está comprado e, mesmo assim, em pequena quantidade, são os supermercados para vender a meia dúzia de ricos.”
“Com o quilo de feijão a R$ 5,50, o pobre não chega nem perto”, diz o agricultor Francisco Pinheiro, acrescentando “que só compraria se fosse para remédio, em caso de doença grave”. Com 65 anos de idade, Pinheiro diz que nunca viu o produto nesse preço. “Até mesmo o feijão de corda está ficando distante da mesa do pobre. O saco de 60 quilos subiu de R$ 100,00 para R$ 160,00”. O feijão carioquinha é um dos mais tradicionais grãos consumidos no Brasil. Ele é rico em ferro e por isso, é uma fonte valiosa de energia. É um produto selecionado eletronicamente e maquinado pois, através deste procedimento, são eliminados os grãos defeituosos e quebrados.
Existe no Brasil uma grande variedade de tipos e, quase sempre, com maior teor vitamínico que o feijão preto, que é o tipo mais usado na cozinha brasileira. Do vermelho ao fradinho, do branco ao jalo, as opções são muitas. Conforme o tipo, variam os tamanhos dos grãos e os sabores.
Antonio Vicelmo
Repórter do Diário do Nordeste
Colaborador do Blog do Crato e Chapada do Araripe OnLine
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