CRATO.
Tanto me afiz bela urbe, à tua natureza
Pelos meus respirada, exuberante e pura.
Que, ausente dos teus ceus, nas horas de ternura.
Afloras-me ao cismar, bemfadada princesa!
Venho as auras haurir-te. E ao ver-te, que leveza
Blandiciosa me invade, e se aviva, e perdura.
Sentindo-me ingressar na região da Fartura,
Sentindo-me extasiar na zona da beleza!
E o Cristo Redentor, e as torres, e a serena
Verdura a emoldurar-te… Em fim, para que a pena
Deslize no papel, feliz, agil, fagueira.
Basta-me a aparição, na tarde que se encerra.
De uma casa a alvejar num côncavo da serra,
Ou o simples flabelar de um leque de palmeira.
Alves de Oliveira – 04.09.1953.
Texto enviado ao Blog do crato por Antonio Alves de Morais.
Foto ilustrativa – Seminário São José – Dihelson Mendonça
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