Thursday, June 24, 2010

Um pouco da história da Sé de Crato – por Armando Lopes Rafael


A Sé é a Igreja do Bispo, sede da sua cátedra (cadeira) lugar-sinal de comunhão e da unidade da Diocese e da comunhão com a Igreja Universal. A Sé é a Igreja-Mãe de uma diocese.
A Sé de Crato tem ainda outra particularidade: é o edifício histórico mais importante desta cidade. Foi igreja-matriz de 1768 até 1914, quando foi elevada à dignidade de Sé Catedral pela mesma bula de Ereção Canônica da Diocese de Crato datada de 20 de outubro de 1914. E se constitui numa síntese da trajetória desta heráldica cidade de Crato. Sua origem remonta à humilde capelinha de taipa, coberta de palha, construída por frei Carlos Maria de Ferrara por volta de 1740 e dedicada à Santíssima Trindade e, de modo especial, a Nossa Senhora da Penha e a São Fidelis de Sigmaringa (padroeira e co-padroeiro de Crato).
Além do altar-mor e seis altares laterais, a Sé de Crato possui ainda sete capelas internas: a da Ressurreição (onde estão sepultados os três primeiros bispos da diocese), a do Santíssimo Sacramento, a do Coração de Jesus, a de Nossa Senhora das Graças, a de Nossa Senhora de Fátima, a de São José e a capela batismal, todas preservadas das precipitadas reformas efetuadas em grande parte dos templos católicos logo após o Concílio Vaticano II.
Ao longo de 242 anos desde que foi elevada à paróquia, a Catedral de Crato já teve oito vigários e onze curas, totalizando dezenove administradores.
E durante esses anos, três imagens da Virgem Maria foram veneradas como padroeira de Crato. Todas ainda existem em perfeito estado de conservação. A primeira é uma pequena estatueta de madeira, conhecida como A Mãe do Belo Amor, medindo cerca de 40 centímetros que foi venerada de 1740 – primórdios da Missão do Miranda, origem da cidade de Crato – até 1745, quando aqui chegou a – segunda imagem, (foto ao lado, à esquerda) doada pelos frades capuchinhos do Convento da Penha de Recife.
Esta segunda imagem havia chegado à cidade de Recife, no ano de 1641, tendo ali permanecido durante 104 anos. A história registra que ela foi trazida para Pernambuco por cinco missionários capuchinhos, que se dirigiam para a Guiné e foram, no litoral africano em 1641, atacados e presos pelos corsários holandeses calvinistas, que infestavam aquelas águas. Estes trouxeram prisioneiros os frades e a imagem da Senhora da Penha para Recife, à época governada pelos holandeses. Esta segunda imagem foi venerada como padroeira de Crato de 1645 até 1938.
Neste último ano, no dia 1º de setembro, foi introduzida no altar-mor da Catedral a terceira imagem – a atual – (ver foto ao lado, à direita) adquirida em 1921 pelo primeiro bispo de Crato, dom Quintino, mas guardada durante 17 anos. É esta imagem que vem sendo venerada há 72 anos como Rainha e Padroeira do Crato e da Diocese.

Atualmente, a Sé de Crato é um templo limpo, arejado, bem cuidado e que vem recebendo sucessivos melhoramentos, graças ao zelo e bom gosto do seu atual Cura, o Padre Francisco Edmilson Neves Ferreira (na foto abaixo, feita por Dihelson Mendonça) que a vem administrando desde 2002.

Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

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