Grande Dihelson,
Tenho acompanhado a cruzada (quase solitária) que você empreende, tendo como instrumento o seu Blog. Assisti à inauguração do Centro de Atividades do SESI no Crato nos idos de 1973, inaugurei sua piscina, compareci a acontecimentos memoráveis naquele importante espaço sociocultural, como foi a outorga em 1974, do diploma de Cidadão Cratense ao imortal Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Por estas e outras, considero atual o texto que lhe enviei dias atrás e que reenvio para sua avaliação e possível publicação. É uma singela colaboração de um comunicador, que mesmo ausente, não perdeu o amor por sua terra natal. Estarei no final de dezembro na nossa terra comum para as festividades do réveillon. Espero encontra-lo na Siqueira Campos para um dedo, ou quem sabe, uma mão de prosa.
CHICO JOSÉ
Crato não merece isso!
Como cratense fiel às suas origens e que visita sua cidade natal pelo menos uma vez por ano, não posso deixar de manifestar minha indignação. Tanto contra o descaso dos atuais gestores estaduais; quanto em relação à omissão (ou seria inação) da ainda insatisfatória representação do Crato no Legislativo, nas esferas municipal, estadual e federal.
Nada contra a região metropolitana. Nada contra o crescimento e a projeção das cidades vizinhas. Isso é bom para a microrregião do Cariri. Mas quando se fala em região metropolitana, não se admite descaso ou discriminação. Crato deu origem às hoje importantes cidades de Barbalha e Juazeiro. Não é caso único na historiografia brasileira. No Paraná, por exemplo, a hoje pujante cidade de Maringá, com quase 400 mil habitantes e um dos polos de desenvolvimento do norte paranaense, teve como cidade mãe a ainda hoje pequena Mandaguari.
Mas não se pode emparelhar o Crato a Mandaguari. A Princesa do Cariri é cidade universitária, não vivenciou explosão demográfica mas este não é o problema de nossa terra comum. Afinal de pouco adianta uma cidade muito populosa, com baixa qualidade de vida. Com serviços públicos ineficientes, principalmente nas áreas de saúde, saneamento, educação, limpeza urbana, sem falar no crescimento da criminalidade, um dos maiores males urbanos deste século.
Com mais de 120 mil moradores, o Crato é uma cidade de porte médio, reconhecidamente progressista, e colégio eleitoral que não pode ser desprezado por nenhum aspirante ao Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal. O problema é que o Crato não se impõe. Não exige dos que têm as rédeas do poder estadual o respeito que merece. Como ocorre com outras cidades, ponderável parcela dos eleitores ainda vota mal, escolhe mal ou vota apenas em lhe faz algum favor mais imediato.
Suas lideranças políticas, empresariais e comunitárias também não levantam a voz no diapasão que a realidade exige, em defesa dos legítimos interesses da população cratense. Observe-se a notícia lida pelo companheiro Antônio Vicelmo no "Jornal do Cariri". O texto da matéria (produzida pela Secretaria de Comunicação do Governo) informa sobre o aporte de vultosa soma para obras de urbanização na vizinha Juazeiro. Nada contra o empreendimento, desde que o Governo do Estado contemplasse o Crato com obras e serviços públicos que a cidade merece. Tome-se como exemplo de vergonhoso descaso, de falta de respeito e de compromisso com a população cratense o que ocorre com o canal do Rio Granjeiro, que ainda não foi recuperado das últimas enchentes que inundaram a cidade.
O gestor estadual se faz de mouco. Mas as nossas lideranças precisam ser mais proativas e se manifestarem de forma veemente em defesa de nossa terra. A população paga impostos, contribui com o erário estadual e tem direito ao retorno do que paga na forma de obras e serviços públicos de qualidade. Não merece ser tratada com descaso ou ser discriminada. É importante que, assentada a poeira das eleições de 2012, se volte os olhos para os mesmos caras de pau que desembarcarão na cidade princesa em busca dos votos para chegar ou continuar no poder. Se esse pessoal não dá a atenção que o Crato merece, que a população cratense dê nas eleições de 2014 o desprezo que esse pessoal merece. Ou, antes das eleições vindouras, exerça a pressão que a cidadania recomenda. Sem medo de cara feia ou da truculência verbal (e até física) característica daqueles que não admitem contestação ou que se acham acima do bem e do mal.
Por Chico José,
Tenho acompanhado a cruzada (quase solitária) que você empreende, tendo como instrumento o seu Blog. Assisti à inauguração do Centro de Atividades do SESI no Crato nos idos de 1973, inaugurei sua piscina, compareci a acontecimentos memoráveis naquele importante espaço sociocultural, como foi a outorga em 1974, do diploma de Cidadão Cratense ao imortal Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Por estas e outras, considero atual o texto que lhe enviei dias atrás e que reenvio para sua avaliação e possível publicação. É uma singela colaboração de um comunicador, que mesmo ausente, não perdeu o amor por sua terra natal. Estarei no final de dezembro na nossa terra comum para as festividades do réveillon. Espero encontra-lo na Siqueira Campos para um dedo, ou quem sabe, uma mão de prosa.
CHICO JOSÉ
Crato não merece isso!
Como cratense fiel às suas origens e que visita sua cidade natal pelo menos uma vez por ano, não posso deixar de manifestar minha indignação. Tanto contra o descaso dos atuais gestores estaduais; quanto em relação à omissão (ou seria inação) da ainda insatisfatória representação do Crato no Legislativo, nas esferas municipal, estadual e federal.
Nada contra a região metropolitana. Nada contra o crescimento e a projeção das cidades vizinhas. Isso é bom para a microrregião do Cariri. Mas quando se fala em região metropolitana, não se admite descaso ou discriminação. Crato deu origem às hoje importantes cidades de Barbalha e Juazeiro. Não é caso único na historiografia brasileira. No Paraná, por exemplo, a hoje pujante cidade de Maringá, com quase 400 mil habitantes e um dos polos de desenvolvimento do norte paranaense, teve como cidade mãe a ainda hoje pequena Mandaguari.
Mas não se pode emparelhar o Crato a Mandaguari. A Princesa do Cariri é cidade universitária, não vivenciou explosão demográfica mas este não é o problema de nossa terra comum. Afinal de pouco adianta uma cidade muito populosa, com baixa qualidade de vida. Com serviços públicos ineficientes, principalmente nas áreas de saúde, saneamento, educação, limpeza urbana, sem falar no crescimento da criminalidade, um dos maiores males urbanos deste século.
Com mais de 120 mil moradores, o Crato é uma cidade de porte médio, reconhecidamente progressista, e colégio eleitoral que não pode ser desprezado por nenhum aspirante ao Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal. O problema é que o Crato não se impõe. Não exige dos que têm as rédeas do poder estadual o respeito que merece. Como ocorre com outras cidades, ponderável parcela dos eleitores ainda vota mal, escolhe mal ou vota apenas em lhe faz algum favor mais imediato.
Suas lideranças políticas, empresariais e comunitárias também não levantam a voz no diapasão que a realidade exige, em defesa dos legítimos interesses da população cratense. Observe-se a notícia lida pelo companheiro Antônio Vicelmo no "Jornal do Cariri". O texto da matéria (produzida pela Secretaria de Comunicação do Governo) informa sobre o aporte de vultosa soma para obras de urbanização na vizinha Juazeiro. Nada contra o empreendimento, desde que o Governo do Estado contemplasse o Crato com obras e serviços públicos que a cidade merece. Tome-se como exemplo de vergonhoso descaso, de falta de respeito e de compromisso com a população cratense o que ocorre com o canal do Rio Granjeiro, que ainda não foi recuperado das últimas enchentes que inundaram a cidade.
O gestor estadual se faz de mouco. Mas as nossas lideranças precisam ser mais proativas e se manifestarem de forma veemente em defesa de nossa terra. A população paga impostos, contribui com o erário estadual e tem direito ao retorno do que paga na forma de obras e serviços públicos de qualidade. Não merece ser tratada com descaso ou ser discriminada. É importante que, assentada a poeira das eleições de 2012, se volte os olhos para os mesmos caras de pau que desembarcarão na cidade princesa em busca dos votos para chegar ou continuar no poder. Se esse pessoal não dá a atenção que o Crato merece, que a população cratense dê nas eleições de 2014 o desprezo que esse pessoal merece. Ou, antes das eleições vindouras, exerça a pressão que a cidadania recomenda. Sem medo de cara feia ou da truculência verbal (e até física) característica daqueles que não admitem contestação ou que se acham acima do bem e do mal.
Por Chico José,
Jornalista natural do Crato e atualmente repórter do jornal Correio da Paraíba
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