Os incêndios que atingem áreas de preservação ambiental na Serra do Rola-Moça e na Serra do Cipó, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), já consumiram mais 650 mil m² de vegetação, segundo o Corpo de Bombeiros, que ainda não conseguiu conter as chamas. Os trabalhos foram interrompidos neste domingo e continuarão na segunda-feira (26) de manhã.
No Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, uma das mais importantes áreas verdes do Estado, aproximadamente 80% da área total do parque foi queimada, segundo os bombeiros. Hoje, 27 bombeiros e alguns brigadistas combateram as chamas, com ajuda de helicópteros. Os trabalhos agora serão concentrados em preservar as áreas de mata atlântica e proteger as casas que correm risco de serem atingidas. Na Serra do Cipó, onde está localizada uma das reservas naturais mais importantes do país, ao menos 500 mil m² de vegetação já haviam sido consumidos pelo fogo, que começou na quarta-feira (21), na cidade de Morro do Pilar. Neste domingo, cerca de 70 homens, entre bombeiros e brigadistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), atuaram no local, com ajuda de um helicóptero.
A Serra do Curral também é atingida por um incêndio desde as 13h30 deste domingo. Segundo os bombeiros, as chamas são altas e de grande intensidade. Foram deslocadas três equipes para o local.
Ontem, na Mata da Baleia, os bombeiros contiveram um incêndio que consumiu 50.000 m². Também no Parque Nacional do Papagaio e no Parque Estadual da Serra do Cabral os bombeiros atuaram para apagar incêndios. Os incêndios atingem regiões de preservação ambiental que ficam na cadeia montanhosa conhecida como Serra do Espinhaço. A região é considerada pela Unesco uma reserva mundial da biosfera, pela sua diversidade de fauna e flora.
A Serra do Cipó, por exemplo, é a reserva brasileira com maior número de espécies endêmicas (que se desenvolveram somente no local) e abriga um grande número de espécies em extinção. O parque é também um importante sítio arqueológico, com paredões rochosos que atestam a presença humana há mais de 12 mil anos na região.
Para os bombeiros, é possível que o fogo tenha sido causado propositalmente.
"A maioria dos incêndios são causados pelo homem, é difícil que um incêndio dessa proporção seja natural, apesar do clima seco", disse o sargento Eduardo Quirino, 42, responsável pela assessoria da corporação. De acordo com estatísticas da corporação, de 17 de agosto a 12 de setembro deste ano foram registrados 1.931 em áreas de mata da região metropolitana de Belo Horizonte.
RAPHAEL SASSAKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
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