Num dos meios-dias de 1965, frustrado com os desdobramentos políticos da revolução militar do ano anterior, visitara o Crato o ex-governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Viria acompanhado de Abreu Sodré, ex-governador de São Paulo, ao lado de quem realizou um comício nas imediações da Praça Siqueira Campos, defronte das atuais instalações do Bradesco.
Ainda adolescente, ali compareci para ouvi-los, do que guardo poucos vestígios e agora os revivo nas minhas lembranças.
Dos maiores tribunos da vida política nacional, falava com admirável naturalidade, cativando os expectadores pela precisão como dispunha as palavras e pelo estilo das suas tiradas eloquentes. Dotado de carisma e entusiasmo inigualáveis, viajava o Brasil na intenção de angariar apoio para a manutenção das eleições presidenciais do ano seguinte, de acordo com o calendário eleitoral, no entanto, restaria perdida a missão mediante as modificações legislativas do regime revolucionário.
Carlos Frederico Werneck de Lacerda fora jornalista e político, destacado mentor da União Democrática Brasileira – UDN, partido através do qual se elegera vereador, deputado federal e governador. Fundara o jornal Tribuna da Imprensa e a editora Nova Fronteira, sempre polêmico intelectual da direita no Brasil, depois de alguma militância no Partido Comunista Brasileiro – PCB, com o qual romperia em 1939.
Idos de 1950, faria objeção intensa a Getúlio Vargas. Coordenou a campanha contra sua eleição à Presidência, fazendo-lhe oposição durante todo o mandato, quando Vargas sucumbiria vítima das pressões adversárias. A Tribuna da Imprensa serveria de instrumento a essas pressões e, em 05 de agosto de 1954, no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Lacerda sofreria atentado a bala, atinjido de raspão num dos pés. Em consequência do ocorrido, morreria o major Rubens Vaz, da Aeronáutica, e complicaria Getúlio, mediante o envolvimento do chefe da sua guarda pessoal, Gregório Fortunato, e do seu irmão, Benjamim Vargas.
Em 24 de agosto, dar-se-ia a perda final do Presidente, isso abrindo vazio contundente na normalidade institucional do País, a repercutir largamente nas épocas futuras. Esse personagem, pois, mais adiante, também participaria como braço civil das movimentações de 31 de março de 1964, vindo discursar com veemência aos cratenses, no meio-dia a que me reportei, na procura de salvar a democracia que ele mesmo ajudara a extinguir pelas três décadas posteriores. Tudo em nome das ambições que alimentava de chegar, a qualquer custo, ao posto máximo da República, naquilo que denominava de cruzada cívica em nome da legalidade.
Ainda adolescente, ali compareci para ouvi-los, do que guardo poucos vestígios e agora os revivo nas minhas lembranças.
Dos maiores tribunos da vida política nacional, falava com admirável naturalidade, cativando os expectadores pela precisão como dispunha as palavras e pelo estilo das suas tiradas eloquentes. Dotado de carisma e entusiasmo inigualáveis, viajava o Brasil na intenção de angariar apoio para a manutenção das eleições presidenciais do ano seguinte, de acordo com o calendário eleitoral, no entanto, restaria perdida a missão mediante as modificações legislativas do regime revolucionário.
Carlos Frederico Werneck de Lacerda fora jornalista e político, destacado mentor da União Democrática Brasileira – UDN, partido através do qual se elegera vereador, deputado federal e governador. Fundara o jornal Tribuna da Imprensa e a editora Nova Fronteira, sempre polêmico intelectual da direita no Brasil, depois de alguma militância no Partido Comunista Brasileiro – PCB, com o qual romperia em 1939.
Idos de 1950, faria objeção intensa a Getúlio Vargas. Coordenou a campanha contra sua eleição à Presidência, fazendo-lhe oposição durante todo o mandato, quando Vargas sucumbiria vítima das pressões adversárias. A Tribuna da Imprensa serveria de instrumento a essas pressões e, em 05 de agosto de 1954, no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Lacerda sofreria atentado a bala, atinjido de raspão num dos pés. Em consequência do ocorrido, morreria o major Rubens Vaz, da Aeronáutica, e complicaria Getúlio, mediante o envolvimento do chefe da sua guarda pessoal, Gregório Fortunato, e do seu irmão, Benjamim Vargas.
Em 24 de agosto, dar-se-ia a perda final do Presidente, isso abrindo vazio contundente na normalidade institucional do País, a repercutir largamente nas épocas futuras. Esse personagem, pois, mais adiante, também participaria como braço civil das movimentações de 31 de março de 1964, vindo discursar com veemência aos cratenses, no meio-dia a que me reportei, na procura de salvar a democracia que ele mesmo ajudara a extinguir pelas três décadas posteriores. Tudo em nome das ambições que alimentava de chegar, a qualquer custo, ao posto máximo da República, naquilo que denominava de cruzada cívica em nome da legalidade.
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