Cientistas americanos descobriram que a atmosfera de Marte pode ter sido mais densa do que é hoje e com água em estado líquido, aponta um estudo recentemente publicado na revista "Science". Os fragmentos de gelo seco (dióxido de carbono congelado) encontrados na região do polo sul de Marte provariam essa tese. Os pesquisadores, liderados pelo professor Roger J. Phillips, analisaram as medições feitas pelo radar da nave de reconhecimento da Nasa (Mars Reconnaissance Orbiter) para calcular a profundidade e a densidade dos depósitos de gelo seco.
Pesquisas prévias tinham sugerido que o polo sul de Marte estava quase completamente formado por água e que o gelo seco só cobria a camada superior. No entanto, as novas medições revelam que poderia haver grandes quantidades de dióxido de carbono atmosférico em pedaços de gelo seco. Estas novas descobertas apontam para a evidência de que o polo sul abriga 30 vezes mais gelo seco do que se pensava anteriormente. Os depósitos de gelo seco podem ser cruciais para ajudar os cientistas a entenderem a evolução da atmosfera de Marte.
Os autores do estudo revelam que, durante os períodos de alta inclinação polar, a maioria do dióxido de carbono congelado poderia ter derretido, sendo liberada para a atmosfera. Quando o eixo de Marte se inclina, seus pólos recebem luz solar suficiente para descongelar qualquer gelo. O dióxido de carbono liberado teria tornado a atmosfera mais densa, devido à formação de frequentes e intensas tempestades de pó, e permitido que a água líquida permanecesse sem ferver em mais regiões da superfície marciana, apontam os pesquisadores.
O Mars Reconnaissance Orbiter gira em torno do planeta vermelho como complemento do trabalho realizado pelos veículos Spirit e Opportunity. Ele foi lançado em 12 de agosto de 2005 com o objetivo de estudar a distribuição de água e minerais em Marte, assim como suas características geológicas.
DA EFE
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