Dentre outros resultados da leitura como hábito saudável, ler com frequência ativa funções cerebrais necessárias para viver consciente e com maior durabilidade no tempo. Um conhecimento, que é de todos, repete os ditos da ciência de que o que não se usa atrofia. Em vista de serem os neurônios células vitais do sistema nervoso, à medida que se apagam, levam consigo a vitalidade essencial do bom andamento das demais atividades do corpo. Enquanto que a constância da leitura mantém a sobrevivência dessas células, e ocasionam saúde ao corpo inteiro.
Há um livro intitulado A arte de ler ou como resistir à adversidade, escrito pela pesquisadora francesa Michèle Petit, que desenvolve o tema da leitura do modo utilitário, sob o ponto de vista psicológico. Ela considera o ato de ler nos momentos críticos da vida, diante das desilusões amorosas, morte de pessoas da família, doenças, crises ou catástrofes coletivas, qual instrumento poderoso de restabelecimento dos aspectos pessoais positivos. Naquelas ocasiões, o livro apresenta sua fidelidade ao leitor, de modo a permitir energias suplementares para vencer os embates difíceis da existência.
Amigo incondicional, o livro conduz as pessoas a lugares mentais que lhes permitem chegar aos meios da calma, apaziguando distúrbios e conflitos ocasionais. Em todos os cantos, leitores utilizam o poder da leitura para reverter situações adversas, mostra a pesquisadora, desde a Europa à América Latina, Brasil, Argentina, México, Colômbia. Ela viajou pelas diversas localidades estudando experiências de professores, psicólogos, artistas, escritores, editores, trabalhadores sociais, considerando diferentes públicos, crianças, adolescentes, mulheres, homens, escolarizados, marginalizados, sempre com a visão essa interpretativa da leitura e sua utilidade revitalizadora.
Na concepção dessa estudiosa francesa, a leitura conduz ao esquecimento temporário da dor, do medo e da humilhação (...) para despertar a interioridade, colocar em movimento o pensamento, relançar a atividade de simbolização, de construção de sentido e incita trocas inéditas. Conclui, então, que o hábito de ler permite intercalar momentos de paz nas realidades dolorosas, ofertando uma sobrevida aos leitores. Invés de fuga do mundo real, ler permite uma pausa, um intervalo necessário para curar as feridas de uma realidade demasiado dolorosa, nas suas palavras.
Segundo Michèle Petit, apropriar-se dos livros é reencontrar o eco longínquo de uma voz amada na infância, a relembrança dos entres queridos e suas sonoridades em que as palavras são bebidas como se fossem leite ou mel. Resta a todos, também por isso, valorizar o hábito da boa leitura e o privilégio de se ser alfabetizado entre tantos que ainda não obtiveram esse direito.
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