Saturday, February 27, 2010

Número de mortos por terremoto que atingiu o Chile já supera 300


O número de mortos devido ao terremoto que hoje assolou a região do centro e sul do Chile já supera os 300, segundo a diretora do Escritório Nacional de Emergência (Onemi), Carmen Fernández. Cermen assegurou que o número de mortos aumentará à medida que as equipes de emergências forem tendo acesso a mais lugares. Ela acrescentou que até dentro de 72 horas se conhecerá a "dimensão total" do terremoto, que o ministro do Interior, Edmundo Pérez Yoma, qualificou como "um cataclismo de dimensões históricas". "Desde o ano de 1960 (data do terremoto de Valdivia, o maior da história, de 9,5 graus Richter) nunca tínhamos tido um terremoto assim", disse Pérez Yoma, acrescentando que as autoridades esperam "ter um país mais normalizado" nas próximas 48 ou 72 horas. O tremor deste sábado, de mais de 8 graus na escala Richter (8,3 segundo o Escritório Nacional de Emergência do Chile e 8,8 segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos), abrangeu desde a região de Valparaíso (centro) até a dos Lagos (sul), ao longo de uns mil quilômetros da geografia chilena.

As regiões mais afetadas, segundo os dados reunidos até agora, são as de Maule, onde foi situado o epicentro do tremor, a 300 quilômetros de Santiago e de Bio-Bio, a 500 quilômetros da capital. Entre as vítimas estão cinco habitantes do arquipélago de Juan Fernández, cerca de 600 quilômetros do litoral chileno, onde também foram reportados 11 desaparecidos quando uma enorme onda penetrou no principal povoado desse território insulano. Enquanto a Marinha descartou que se tratasse de um tsunami, Carmen o considerou assim, por causa de um comportamento anormal do mar.

"Eu o denomino tsunami. Agora, se os técnicos, geofísicos quiseram denominá-lo de outro modo, acho que corresponde a outra competência. O importante é que nos gerou dano em regiões como Juan Fernández, onde o tremor não foi percebido", disse. "Portanto, dá no mesmo como se chame", acrescentou a diretora da Onemi, a quem o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, pediu para permanecer no cargo depois do dia 11 de março, data da mudança de comando presidencial no país, com o objetivo de enfrentar de melhor maneira a situação gerada pelo terremoto. O ministro do Interior, por outro lado, apelou para que o povo não comprasse provisões ou gasolina de maneira exagerada, assegurando que o abastecimento desses produtos estivesse assegurado e não houvesse escassez.

"Esse problema não temos", assegurou Pérez Yoma, dizendo que o principal problema a ser solucionado é reparar as estradas danificadas para normalizar o tráfego de pessoas e mercadorias.

Capital

A capital Santiago, a cerca de 320 quilômetros do epicentro, foi atingida duramente pelo sismo. O aeroporto internacional está fechado por a menos 24 horas uma vez que o terremoto destruiu calçadas e quebrou vidros de portas e janelas. O metrô da capital foi fechado e os transportes ficaram limitados por causa das centenas de ônibus que ficaram presos devido a uma ponte que foi danificada pelo tremor. Um prédio de 15 andares desmoronou em Concepción, a maior cidade mais próxima do epicentro do tremor de magnitude 8,8 e que possui cerca de 670 mil habitantes. Carros foram virados e soterrados por uma ponte que caiu na capital Santiago. Linhas de telefonia e de energia caíram, tornando difícil identificar o tamanho do estrago e das perdas de vidas causados pelo terremoto. Em 1960, o Chile foi atingido por um terremoto de magnitude 9,5, um dos mais fortes já registrados. O tremor devastou a cidade de Valdivia, matou 1.655 pessoas e causou um tsunami que atingiu a Ilha da Páscoa, distante 3.700 quilômetros da costa chilena. A onda continuou e chegou ao Havaí, Japão e Filipinas. As ondas que chegaram nas Filipinas demoraram cerca de 24 horas para atingir o país.

O terremoto deste sábado foi sentido em São Paulo e também nas Províncias argentinas de Mendoza e San Juan. Uma série de abalos subsequentes atingiram a região costeira do Chile.

Fonte: Folha OnLine

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