Neste dia 28 de fevereiro, é o Dia internacional de prevenção das LER (Lesões Por Esforços Repetitivos) também chamada de DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A data foi criada no Canadá por um grupo de trabalhadores Lesionados em 28 de fevereiro de1995 e o conjunto de enfermidades abrangido pelas LER/Dort representam a grande doença profissional deste século 21. Há quem diga que é semelhante as doenças respiratórias e os desabamentos para os mineiros de carvão do início da Revolução Industrial.
As LER foram detectadas pela primeira talvez pelo médico italiano Bernardino Ramazini em 1700 nos escribas, secretários de príncipes. As causas eram sedentarismo, pressão para não manchar os livros e movimentos repetitivos.
A Revolução Industrial tem papel importante no cenário econômico mundial. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, muitas indústrias foram criadas e a maneira do trabalhador desempenhar sua função sofreu alterações significativas, aumentando o número de casos de LER. As fontes que comprovam os dados podem ser encontrados na Literatura Médica Mundial.
Nas últimas décadas, novas alterações no mundo do trabalho foram sentidas pelos trabalhadores, com a introdução da informatização em todos os setores. Esse advento contribuiu para que aumentasse a incidência das LER em âmbito mundial.
A doença invisível
Por que dizer da invisibilidade das LER/Dort? Porque o diagnóstico dessa doença é de difícil comprovação, causando sérios problemas para os trabalhadores acometidos, como também para os empresários.
Na organização do trabalho os obstáculos são inúmeros, os empresários que optam por implementar programas de prevenção enfrentam dentro da própria empresa o preconceito de alguns chefes e de alguns trabalhadores. Os protagonistas da mudança são os empresários, os trabalhadores, e principalmente o chefe que tem um papel fundamental na prevenção de todas as doenças do trabalho.
A nomenclatura LER é empregada pelo INSS para designar as seguintes doenças: tenossinovite, tendinite, bursite, entre outras que atingem milhares de trabalhadores, no auge do seu desempenho laboral.
A globalização contribuiu para que as LER/Dort se tornassem as doenças de maior prevalência entre as relacionadas ao trabalho no Brasil de hoje. De acordo com o INSS, elas são a segunda causa de afastamento do trabalho no país. Individualmente causam muito sofrimento, incapacidades e longos períodos de afastamento com benefícios e indenizações.
Somente em São Paulo existem 310 mil trabalhadores com diagnóstico de LER firmado por médicos. Isto quer dizer que em cada cem trabalhadores existe um com LER.
As LER/Dort atingem o trabalhador no auge de sua produtividade e experiência profissional. Existe maior incidência na faixa etária de 30 a 40 anos, e as mulheres são as mais atingidas.
As categorias profissionais que encabeçam as estatísticas são bancários, metalúrgicos, digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing, secretárias e jornalistas.
No primeiro ano de afastamento do funcionário, as empresas gastam entre R$ 60.000,00 a R$ 89.000,00, conforme dados fornecidos pelo INSS, entre encargos sociais, complementação salarial, pagamento ao funcionário temporário que irá suprir o trabalhado do lesionado durante o seu afastamento.
O fisioterapeuta do CEREST (Centro Regional de referência em Saúde do Trabalhador) Marconiedson Sampaio esteve concedendo entrevistas as emissoras de rádio das cinco regionais de saúde que estão na área de cobertura do Centro, Juazeiro, Crato, Brejo Santo, Icó e Iguatu enfocando esse tema. Ao longo desta semana ocorrem palestras educativas em industriais calçadistas do Cariri. Na quarta-feira, dia 3, haverá palestra para funcionários do Hospital Santo Antonio em Barbalha sobre LER e ergonomia física enfocando postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, segurança e saúde.
Por Beto Fernandes
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