Wednesday, August 31, 2011

Um grande brasileiro -- Por J. de Figueiredo Filho



(Nota do Postador: Há 39 anos o historiador cratense J.de Figueiredo Filho escrevia e publicava no jornal "O Povo", o artigo abaixo. Nele, Figueiredo Filho fala sobre um destacado membro do clã dos Bezerra de Menezes, de Niterói--RJ. Um ano depois de escrever este artigo, J.de Figueiredo Filho falecia, no dia 29 de agosto de 1973)


Crato é terra de grandes filhos, que, pela sua nobreza, caráter e ação, muito se destacaram nas diversas especialidades, na medicina, nas forças armadas, nas letras, na administração. E se os nascidos aqui são tão ilustres, não menos são alguns dos seus filhos e netos. Veja-se a descendência de Tristão Gonçalves, como seu filho, conselheiro Tristão (ministro de Estado), seu neto Araripe Júnior (o maior crítico literário) etc. E a descendência do senador Alencar, com Otto e Mário de Alencar, sem falar no escritor.



Quero prestar homenagem, hoje, neste trabalho, a um descendente de cratense. É neto de Leandro Bezerra, deputado federal figura de valor da história brasileira, nascido em 11 de julho de 1826 e falecido em 15 de novembro de 1911. Foi o defensor dos bispos do Pará e Olinda, quando da Questão Religiosa. Dos filhos de Leandro Bezerra, tivemos, entre outros, o Dr. José Geraldo Bezerra de Menezes nascido em Paraíba do Sul em 23 de abril de 1867 e falecido em 1935), intelectual de largo conceito. Foi o Dr. José Geraldo com dona Lucinda Montedônio que se originou o nosso homenageado de hoje, ministro Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes (Na foto acima).



Nasceu em Niterói a 11 de julho de 1915. Cursou o secundário no Ginásio Bittencourt Silva (1927-31) e o superior na Faculdade de Direito de Niterói (32-36), sendo, nessa época, presidente do Centro Acadêmico Evaristo da Veiga (1936) e orador oficial da turma. Depois foi professor do seu colégio, professor de Direito do Trabalho na PUC do Rio de Janeiro e catedrático da mesma matéria na Universidade Federal Fluminense.



Foi secretário de Educação no Estado do Rio e é ministro do Tribunal Superior do Trabalho, tendo presidido esse Tribunal de 46 a 51.



Veja-se, ainda: é membro do Instituto Brasileiro de Direito do Trabalho e da Sociedade Internacional de Direito Social. Faz parte de cerca de vinte organizações especializadas em Direito, no Brasil e no exterior, tendo sido agraciado com várias Comandas, no Brasil e até do Vaticano.



Líder católico, foi vice-presidente e presidente da Confederação Nacional das Congregações Marianas. Já representou o Brasil em diversos conclaves internacionais e é autor de livros e opúsculos da mais alta importância jurídica.



Na pessoa do Dr. Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes aliam-se as qualidades de mestre abalizado do Direito, notável orador, exemplar pai de família e espírito de escol, um grande patriota de gabarito internacional.



Trata-se, evidentemente, de um grande brasileiro, em cujo sangue de origem corre a marca autêntica cearense, das boas terras do Cariri.



Não seria oportuno a Universidade de o Ceará convidá-lo para um dos seus ciclos de conferências homenageando tão ilustre brasileiro? Perpassa em suas veias o borbulhante sangue cearense dos antepassados ilustres, das maiores famílias do nosso Estado. Sugiro, ainda, que a nova Universidade de Fortaleza o convide para sua inauguração oficial, honrando, assim, a quem tanto honra a terra dos seus antepassados!



(*) J. de Figueiredo Filho pertence à Academia Cearense de Letras.

Publicado no jornal “O Povo”, Fortaleza, CE, 26 de julho de 1972.





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