Monday, July 25, 2011

Morre operador de áudio da Rádio Araripe "Favela"


O silêncio da manhã fria do último domingo (24) em Campina Grande foi quebrado pelo toque do celular. Do outro lado da linha, meu conterrâneo e amigo Valmir Leandro, residente no bairro do Seminário (Conjunto Novo Crato), informava da morte de José Borges Favela. Ou simplesmente “Favela” como nós seus contemporâneos da Rádio Araripe dos anos 1970 o conhecíamos. É sempre assim. Quando ultrapassamos uma determinada faixa etária e olhamos para trás, o que vemos é uma alameda de cruzes.

José (Zito) Borges Favela era um dos últimos remanescentes da fase áurea da Rádio Araripe. Mesmo aposentado continuava sua atividade de operador de áudio. Ou controlista como se dizia na década de 70. A equipe era integrada por ele, Francisco Agostinho (Chico Doidinho); e Lucimar Rodrigues Leite (Mazinho), também excelente programador musical e apresentador de programas do tipo “Sucessos que marcaram época”.

Morador à Rua Diógenes Frazão (também conhecida como Rua da Misericórdia), no Bairro do Seminário, Favela e esposa desenvolviam um pequeno comércio para ajudar no orçamento familiar. Era bom caráter, bom companheiro de trabalho, cabeça fria e competente no que fazia durante décadas.

Fiz-lhe uma visita em companhia de Valmir Leandro na manhã de 29 de maio. Recordamos bons momentos, alguns hilários, do tempo em que a sexagenária Rádio Araripe funcionava à Rua São Francisco, no histórico Bairro Pinto Madeira. A pioneira da radiodifusão no interior cearense, instalada pelo gênio realizador de Assis Chateaubriand, paraibano de Umbuzeiro, fundador dos Diários Associados, foi para Favela, Mazinho, e Chico Doidinho, mais que um emprego, uma extensão da família, uma confraria, uma escola de comunicação. Descanse em paz grande companheiro Favela.

FRANCISCO JOSÉ (*)
De Campina Grande – PB
(*) Natural do Crato e atualmente repórter do Jornal CORREIO DA PARAÍBA, em Campina Grande
Foto: Rádio Cultura

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