Saturday, November 7, 2009

Caos Urbano - Por: George Macário


O ser que é transtornado pela violência, mas está avidamente a sua procura.


Estamos em uma época de avanços tecnológicos e constante crescimento dos países em desenvolvimento. Porém como consequência desse crescimento as grandes metrópoles, principalmente, são afetadas por um surto - proporcionalmente ao seu crescimento interno - de violência urbana. Elas estão em suas várias formas: violências praticadas nas ruas (assaltos, sequestros, extermínios, etc.), violência doméstica e familiar (em que nelas incluímos a violência contra crianças, adolescentes e mulheres).

Quando se trata de países em desenvolvimento, entendo que tudo nele esteja progredindo, desde moradia, distribuição de renda, educação, saúde, segurança pública, etc. Mas estes não são encarados com certa seriedade pelas autoridades do governo. Às vezes, certos setores básicos seguem com mais prioridades, outros com menos. Há momentos até que não se faz nada, deixam-se tudo como está. “Mexer com esses setores custam muito caro”, deve-se pensar um administrador do dinheiro público.

Entender a violência urbana é compreender o ser humano cotidiano. É saber que o homem tem novas expectativas, necessidades e interesses. Com isso conseguimos captar as causas e motivos de tanta violência. Temos uma sociedade massificada, pouco comunicativa, em que muitas vezes leva a violência como uma ação a ser feita, mas sabemos que não se trata de uma ação e sim de uma reação.

Podemos enumerar em vários fatores o real motivo da violência urbana, mas afirmo que o maior deles são a prepotência e o desrespeito. Segundo Valvim M. Dutra, em seu livro “Renasce Brasil”, ele diz: “A violência funciona como um último recurso que tenta restabelecer o que é justo segundo a ótica do agressor. Em geral, a violência não tem um caráter meramente destrutivo. Na realidade, tem uma motivação corretiva que tenta consertar o que o diálogo não foi capaz de solucionar. Portanto, sempre que houver violência é porque, alguma coisa, já estava anteriormente errada. É essa “coisa errada” a real causa que precisa ser corrigida para diminuirmos, de fato, os diversos tipos de violências.”

A mídia também é um sério fator para a disseminação do caos urbano. Não é novidade quando vemos uma mesma notícia sendo manchete em vários jornais impressos, na rádio, na televisão. Há vezes que é tão repetidamente enfatizado um acontecimento que acaba por tornar banalizado pelos “olhos críticos” do povo. Tudo vira um grande espetáculo, “um show da vida real”.
Temos vários exemplos de casos vastamente publicados pela mídia. A espetacularização é tão ampla que já não conseguimos identificar se estamos indignados por ter tanta violência ou emocionados pela novela que é feita de todo um caso explorado.

A violência urbana não é mais descaso só das autoridades responsáveis. Como pessoas críticas temos uma parcela de culpa. Quando se excita e procura todos os meios comunicativos por certos casos, não se compreende que há casos tão quão graves acontecendo no mundo todo. O que vale na mídia são as palavras e imagens carregadas emoções exageradas. A análise crítica é coadjuvante.

Por não se ter uma sociedade capaz de analisar seu próprio contexto social, é que temos um país em constante crescimento econômico – pois trabalho e mão-de-obra não se falta nunca -, mas totalmente alienado sócio-culturalmente.

Crônica Dissertativa sobre 'Violência Urbana'
Wilame Januário - Estudante de Jornalismo

Texto enviado por George Macário - Blog "O Democrato".

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