Estávamos eu, o Audizio Brizeno, Chico Soares e o Melito Sampaio no comercio deste ultimo. Neste dia o Chico estava caladão, trombudo, não se sabia bem ao certo o que lhe perturbava, o fato é que não estava normal.
Duas coisas havia que o Melito detestava: a cidade Juazeiro do Norte e romeiro. Pra ele pouco importava se a pedra da batateira rolasse e levasse tudo água a baixo.
Neste dia o desanimo do Chico contrastava com a disposição do Melito, o homem estava impossível. Malinava com todo mundo. Conversa vai, conversa vem, uma senhora, com idade aproximada de 65 anos, indumentária de romeira, entra no estabelecimento com uma caixa de sapato apoiada no braço esquerdo coberta com um véu branco.
Aproxima-se de Melito, retira o véu, descobre dentro da caixa uma imagem de São Sebastião e pede uma esmola, pelo amor de meu padim! Melito encara a mulher e lhe pergunta: espere, ainda não está aposentado? A mulher confunde a pergunta e lhe responde: não, ainda não consegui. As exigências são muitas. Pedem documentos impossíveis de se conseguir.
O Melito já sem controlar uma gargalhada aconselha: porque você não bota ele na emergência. Emergência era uma frente de serviço criada pelo governo para ampara os necessitados em anos de seca.
A mulher saiu virada num tetéu a menor praga que jogou foi mandar Melito ir para os quintos dos infernos. Quanto mais desaforo dizia a mulher mais o Melito se derretia em risos.
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