Há uns três meses, no percurso do meu trabalho para casa, ouvi pela Rádio CBN, uma entrevista de um defensor público de São Paulo, na qual ele narrava uma história que deve servir de alerta para quem perde seus documentos de identidade, mais conhecido por RG.
Aos dezessete anos, Jorge perdeu seu documento de identidade. Aconselharam-no a fazer o Boletim de Ocorrência.
Era um dia de domingo e, ao chegar à delegacia, o escrivão estava assistindo um jogo do Corinthians pela TV e não lhe deu atenção. Jorge achou que era perda de tempo e foi para casa sem registrar a ocorrência.
Aos vinte um ano, Jorge casou, depois teve uma filha e já trabalhava numa empresa de processamento de dados. Certo dia, seu chefe mandou que ele consultasse uma página do Tribunal de Justiça. Surpreso, Jorge viu seu nome como tendo sido processado, julgado à revelia e condenado a quinze anos de prisão. Procurou a justiça para que lhe informassem o porquê daquela condenação. Algum bandido que se apoderou dos documentos de Jorge, foi preso na Via Dutra com um carregamento de cocaína, depois liberado por competentes advogados que lhe conseguiram o relaxamento da prisão até o julgamento final. Como conseqüência, Jorge perdeu o emprego, a mulher e a filha. Passou mais de cinco anos tentando provar sua inocência, sem conseguir êxito e nem emprego algum, pois logo descobriam que ele estava condenado pela justiça. Então, depois de inúmeras tentativas, um grupo de advogados defensores públicos sugeriu ao juiz que fosse feito uma acareação com os policiais que prenderam o traficante, os vizinhos de Jorge, seu ex-patrão e pessoas que o conheciam desde a infância, O juiz concordou.
Os dois primeiros a serem ouvidos na acareação foram os policiais que efetuaram a prisão, O depoimento dos dois foi decisivo. Todos informaram que o homem que haviam efetuado a prisão não era o Jorge. Depois é que verificaram que a fotografia colada à identidade de Jorge e que fora falsificada, era a de uma pessoa morena, cabelos pretos, bem diferente do Jorge, que era branco e tinha cabelos castanhos.
Constatado o erro e a confirmação de que realmente a justiça havia se equivocado, pediram desculpas ao Jorge,
Ao saírem do Tribunal os advogados de Jorge entraram com um processo de indenização na justiça por danos morais, Na primeira audiência, a juíza comentou: “Você vai receber muito dinheiro!”
“E a senhora, gostaria de passar o que eu passei?” Perguntou Jorge.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Aos dezessete anos, Jorge perdeu seu documento de identidade. Aconselharam-no a fazer o Boletim de Ocorrência.
Era um dia de domingo e, ao chegar à delegacia, o escrivão estava assistindo um jogo do Corinthians pela TV e não lhe deu atenção. Jorge achou que era perda de tempo e foi para casa sem registrar a ocorrência.
Aos vinte um ano, Jorge casou, depois teve uma filha e já trabalhava numa empresa de processamento de dados. Certo dia, seu chefe mandou que ele consultasse uma página do Tribunal de Justiça. Surpreso, Jorge viu seu nome como tendo sido processado, julgado à revelia e condenado a quinze anos de prisão. Procurou a justiça para que lhe informassem o porquê daquela condenação. Algum bandido que se apoderou dos documentos de Jorge, foi preso na Via Dutra com um carregamento de cocaína, depois liberado por competentes advogados que lhe conseguiram o relaxamento da prisão até o julgamento final. Como conseqüência, Jorge perdeu o emprego, a mulher e a filha. Passou mais de cinco anos tentando provar sua inocência, sem conseguir êxito e nem emprego algum, pois logo descobriam que ele estava condenado pela justiça. Então, depois de inúmeras tentativas, um grupo de advogados defensores públicos sugeriu ao juiz que fosse feito uma acareação com os policiais que prenderam o traficante, os vizinhos de Jorge, seu ex-patrão e pessoas que o conheciam desde a infância, O juiz concordou.
Os dois primeiros a serem ouvidos na acareação foram os policiais que efetuaram a prisão, O depoimento dos dois foi decisivo. Todos informaram que o homem que haviam efetuado a prisão não era o Jorge. Depois é que verificaram que a fotografia colada à identidade de Jorge e que fora falsificada, era a de uma pessoa morena, cabelos pretos, bem diferente do Jorge, que era branco e tinha cabelos castanhos.
Constatado o erro e a confirmação de que realmente a justiça havia se equivocado, pediram desculpas ao Jorge,
Ao saírem do Tribunal os advogados de Jorge entraram com um processo de indenização na justiça por danos morais, Na primeira audiência, a juíza comentou: “Você vai receber muito dinheiro!”
“E a senhora, gostaria de passar o que eu passei?” Perguntou Jorge.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
No comments:
Post a Comment