A tragédia de Santa Maria
A revista “Veja” que circula a partir de hoje, em edição especial, diz que “os 236 jovens que morreram asfixiados pela fumaça foram vítimas de uma sucessão de erros, de desleixo, negligência, de desapego às leis e às normas de segurança, subprodutos da corrupção de valores que se impregnou no tecido social brasileiro e que está nos cobrando um preço alto como nação”. Disse tudo!
O Haiti é aqui
Mas, na derrocada a que estão levando o Brasil, uma nação que tem tudo para dar certo e que vai trilhando o caminho da derrocada, registram-se outras tragédias que, lamentavelmente, fazem parte do cotidiano do brasileiro. O País convive com a tragédia das enchentes, da violência urbana e rural – com os assaltos, sequestros, assassinatos, estupros – com a denúncia dos erros médicos, com a falência da educação, saúde e segurança públicas, falsificação de remédios, indústria da multa e de campanhas difamatórias contra pessoas e instituições, frutos de extorsão da nanica imprensa marrom.
Enfim
Somos a Nação do descaso. Desprezamos os valores humanos básicos: a vida, a saúde, a educação, a higiene, a moral, a ordem, a fraternidade, a honestidade em todos os seus ramos. Somos bombardeados todos os dias com maus exemplos, em sua grande maioria vindos da elite administrativa do País.
O Senado da república
Como esperado, Renan Calheiros acabou sendo eleito presidente do Senado, a mais alta casa legislativa da república. Na prática ocorreu apenas uma troca de 6 por meia dúzia, com a saída de S. Excia, o nobre senador José Sarney (PMDB-AP/MA). Mais uma eleição que envergonha o Senado da república, desgastado por corruptelas e conchavos de grupos que só visam benefícios próprios. O Sr. Renan Calheiros, segundo amplamente divulgado pela imprensa é alvo de “apenas” três inquéritos no Supremo Tribunal Federal–STF...
Ad nauseam
Essa eleição, de quebra, ainda nos proporcionou assistir – na telinha – ao discurso de Sarney e às lágrimas deste; à defesa da ética feita por Renan e ao ataque de Fernando Collor ao Procurador-Geral da República que cumpriu se dever em denunciar o mensalão e pedir investigação sobre a denúncia de que o ex-presidente Lula também teria recebido dinheiro desse esquema de corrupção. Haja estômago...
O desastre da indústria brasileira
Os dados a seguir transcritos foram retirados do editorial do Estadão deste domingo, 3 de fevereiro. "O grande tombo da indústria, principal componente do fiasco econômico do ano passado, está confirmado e medido oficialmente. A produção industrial diminuiu 2,7% em 2012, segundo informou na sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o primeiro resultado negativo desde o recuo de 7,4% registrado em 2009, quando se manifestaram plenamente, em todo o mundo, os efeitos recessivos do estouro da bolha financeira nos mercados de crédito americano e europeu”.
Tá feia a coisa
Outras constatações publicadas no editorial: “O mau desempenho em 2012 limita as possibilidades de crescimento do País em 2013 e nos anos seguintes e impõe desafios enormes ao governo e ao empresariado. O recuo de 2,7% foi o resultado médio de todo o setor industrial. A produção da indústria extrativa diminuiu apenas 0,3%. A do setor manufatureiro encolheu 2,8%. É esse o canal mais importante de irradiação de tecnologia e de criação de empregos decentes” (...) “Mas a fabricação de bens de capital encolheu 11,8%. Vale a pena, de novo, notar alguns detalhes. A produção de máquinas e equipamentos (nomenclatura do IBGE) recuou 3,6%. A de máquinas para escritório e equipamentos de informática recuou 12,7%. A de máquinas, aparelhos e materiais elétricos caiu 5,4%. A queda de produção do setor de bens de capital é um péssimo prenúncio. O investimento, como qualquer outro uso de recursos, influencia o crescimento a curto prazo, mas seu efeito mais importante é outro”.
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