Monday, February 4, 2013

Procissão da Mãe das Candeias reúne mais de 100 mil fiéis em juazeiro do Norte


Juazeiro do Norte - Mais de 100 mil pessoas percorreram as ruas deste município em louvor à "Mãe das Candeias". A procissão se repete há mais de 120 anos, fortalecida pelo Padre Cícero. É crescente à devoção à santa. A Praça do Romeiro ficou superlotada para acolher a multidão, com velas acesas, conforme a tradição, também incorporada pelo sacerdote, fundador de Juazeiro do Norte.

A Praça do Romeiro ficou superlotada para acolher a multidão, com velas acesas, conforme a tradição, também incorporada pelo Padre Cícero, fundador de Juazeiro do Norte o FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS


"É um momento lindo, de uma beleza que só se vê aqui", diz a romeira alagoana, Zilda Aquino da Silva, após vir por 42 anos seguidos às romarias de Juazeiro do Norte. Ela vem participar das festas religiosas até três vezes até por ano. Em meio à multidão, cumpre o ritual romeiro de estar na cidade que considera sagrada. A festa atrai maior número de fiéis. Este ano contou com um motivo a mais para alegrar o romeiro, com a presença maciça dos grupos de tradição das cidades de Juazeiro do Norte e Barbalha, por meio do projeto "Louvada seja a Tradição", com a participação de mais de 40 grupos e cerca de 400 brincantes.

Programação

Uma programação diária foi desenvolvida nos principais centros de peregrinação, desde o último dia 30, com apresentação de seis grupos. O projeto é uma parceria com a Diocese, Secretaria de Cultura e Romaria e realização do Sesc, com o cortejo à frente da procissão das Candeias no encerramento.

Durante o ano, segundo o gerente do Sesc, Paulo Damasceno, serão cinco apresentações dos grupos, incluindo as três principais romarias da cidade, o Dia de Reis, em janeiro, e, no mês de agosto, com o projeto "Ao Gosto Popular". "Cada um desses grupos faz a sua renovação, tem o seu santo e a sua fé, mas eles não conseguiam entrar neste roteiro. Não entendíamos porque as romarias não incorporavam essa cultura", diz ele, ao afirmar que, pela primeira vez, isso ocorreu este ano.

Cortejo

A saída do cortejo aconteceu às 18 horas, da Capela do Socorro. Os fiéis já de velas acesas nas mãos, percorreram cerca de 2 quilômetros cantando louvores, rezando, muitos deles pagando promessa. O pedreiro de Alagoas, Josias Francisco da Silva, há cinco anos cumpre promessa que fez para ficar curado de uma dor no joelho. "É para sempre", diz ele, ao chegar à Praça do Romeiro arrastando o carro-andor da santa, junto com os carregadores. "Ela me curou. Não sinto nada", diz emocionado.

Mas, para se ter tantas velas acesas, funcionou uma estrutura para atender aos milhares de peregrinos da fé. A meta da administração municipal local era distribuir lampiões de gás, mas pesou no orçamento e havia os riscos do uso do gás e incêndio. Algumas pessoas ainda aderiram às tradicionais e escassas lamparinas de antigamente. As fábricas de velas dobraram a produção. Dona Maria do Socorro Silva chegou cedo para vender cerca de 400 velas e ter um lucro razoável para o dia da santa. "Quero chegar perto do horário sem nenhuma", aposta.

O uso da luz de candeeiro na procissão teve um estímulo do Padre Cícero. A modernidade fez a multidão aderir ao uso da vela. Um artesão que não estava conseguindo vender a sua produção foi incentivado, pelo sacerdote, a confeccionar o material, sem saber a finalidade. No dia 2 de fevereiro, a população católica foi incentivada a comprar o montante, e todo o estoque foi vendido, acendendo às luzes de uma tradição que continua por décadas. A festa de Nossa Senhora das Candeias coincide com a tradicional festa de Iemanjá, também bastante comemorada em outras partes do Brasil, por meio de cultos religiosos.

Desordenamento

A grande quantidade de barracas nas ruas foi um problema este ano, pelo desordenamento, bloqueando a passagem de carros e dificultando tráfego de pedestres. O trabalho de organização será efetivado durante a próxima romaria, de acordo com o secretário de Meio Ambiente, Luiz Ivan Bezerra.

Ele afirma que em virtude da não conclusão da Praça do Marco Zero, à frente do Mercado dos Romeiros Monsenhor Murilo de Sá Barreto, os vendedores se sentiram prejudicados e muitos foram para às ruas. "Acredito que deverá ser concluída daqui para lá e poderemos promover um melhor ordenamento", completa o secretário.

ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter do Diário do Nordeste
Colaboradora do Blog do Crato e Portal Chapada do Araripe Internet


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