Edição de 20 a 26 de abril de 2012
Obras (quase) concluídas
A previsão da construtora encarregada das obras de reforma das Praças da Sé e Alexandre Arraes (ao lado, fotos das maquetes) é de que os serviços sejam concluídos no final de maio. Já no Palácio da Abolição a assessoria do governador Cid Gomes planeja que no dia do município – 21 de junho – ele venha a Crato entregar as duas praças, juntamente com a segunda etapa dos serviços de requalificação, ou seja, da nova pavimentação e calçadas da Rua Dom Quintino. Com direito a baita festa, regada a trio elétrico e pipocar de fogos.
Beatificação de Benigna
O Juiz de Direito de Santana do Cariri autorizou a exumação dos restos mortais da menina Benigna Cardoso. A providência é exigência do Vaticano para abertura de qualquer processo de beatificação. A exumação deverá ser feita nos próximos dias e um laudo dela será juntado à documentação que será entregue – à Congregação da Causa dos Santos – no próximo mês de maio. O pedido de Beatificação de Benigna será levada ao Vaticano por monsenhor Vitaliano Mattioli, do clero de Roma, ex-professor da Pontifícia Universidade Urbaniana e ex-vice-reitor do Pontifício Colégio Santo Apolinário, ambos da capital italiana. Monsenhor Mattioli reside atualmente na cidade de Crato.
A Província
Na próxima 4ª feira, dia 25, começa a ser impresso – em Fortaleza – o nº 30 da revista “A Província”. A capa da revista vem com uma fotografia de Madre Feitosa, (foto ao lado) também objeto de um caderno especial, por conta dos 90 anos de idade da conhecida religiosa, que se doou – ao longo da sua existência – à educação e formação da juventude. A revista também trará outros interessantes artigos. A exemplo de uma matéria sobre a memória de dom Vicente Matos, 3º bispo de Crato.
O Berço dos Araújo Paiva
Lançado no Rotary Clube do Crato a 2ª edição do livro “O Berço dos Araújo Paiva”, escrito pelo advogado e ex-Juiz Classista Federal do Trabalho, Audir de Araújo Paiva. A obra, escrita em estilo agradável, versa sobre o clã originário da cidade de São Miguel do Tapuio, no Piauí. Sempre que leio resgates das histórias das famílias, vem-me à lembrança o que escreveu o pai do guerrilheiro “Che” Guevara: “Um homem não é um ente suspenso no espaço; está relacionado com tudo o que o rodeia e sua essência está ligada necessariamente a seus antepassados”.
Tempos atrás, importantes instituições da sociedade civil entraram com uma representação junto ao IPHAN–Instituto do Patrimônio Artístico Nacional pedindo o reconhecimento da literatura de cordel como um dos Patrimônios Imateriais do Brasil. Semana passada, encontrei-me com a historiadora e professora da Universidade Federal da Paraíba, Rosilene Melo, de quem recebi a boa notícia: esse reconhecimento está bem próximo. Rosilene participou recentemente de reunião no IPHAN, no Rio de Janeiro, quando o reconhecimento foi debatido.
Destaque para o Cariri
O Cariri é um dos grandes polos produtores de cordel no Brasil. Em Crato temos a Academia dos Cordelistas do Cariri. Em Juazeiro do Norte existe a Lira Nordestina, sob a administração da Universidade Regional do Cariri–URCA. A URCA bem poderia aproveitar esse reconhecimento para mostrar o que fez pela difusão do cordel, através da Lira Nordestina. Poderia. Mas a julgar pelo que escreveu o professor Renato Casimiro (em recente artigo publicado nos blogs caririenses e lido na Rádio Educadora, no noticiário de Vicelmo) a ação da Urca, como administradora da Lira Nordestina deixa a desejar.
Descaso
No seu artigo, o professor Renato Casimiro escreveu, dentre outras coisas: “Tem sido lamentável a conduta da URCA no tocante à preservação e dinamização daquele patrimônio. A Lira, bem explicado, representa a herança de uma fase histórica de nossa cultura popular, congregando poetas e xilógrafos, que nós não podemos renunciar, jamais” (...) “O capítulo mais recente foi a decisão de romper o contrato (CLT) do xilógrafo Airton Laurindo (ligado à Lira desde 1988 e à URCA, desde 2004). Não recapitulo aqui a via crúcis de seu sofrimento – o que tenho assistido com muito pesar, pois a Lira mudou de endereços várias vezes, perdeu peças preciosas de seu acervo, ficou em muitas situações de vexame por gestores sem compromisso e terminou por dispersar parte de suas atividades, pela falta de uma diretriz que nos dissesse que a URCA, de fato, assumia o seu compromisso de agente cultural”. Até o momento a URCA não se pronunciou sobre o escrito de Renato Casimiro.
E por falar em Patrimônio Imaterial
Já foram oficializados, pelo IPHAN, 25 bens registrados como Patrimônio Imaterial do povo brasileiro. Entre eles: a Feira de Caruaru (PE), o Frevo (PE), Roda de Capoeira (BA), Festa de Senhora Santana de Caicó (RN), a Renda Irlandesa de Sergipe, o Bumba-meu-boi do Maranhão... Não consta, entre os registrados, nenhuma manifestação da cultura e tradição popular do Cariri cearense.
Cadê os estudos feitos?
No entanto, há cerca de nove anos – durante a profícua gestão do professor André Herzog à frente da URCA – foi celebrado um convênio entre o IPHAN e aquela universidade para inventariar as manifestações culturais da região do Cariri. Dentre as pesquisadas, dentro do citado convênio estavam: a obra poética de Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré; A Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, de Barbalha; A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, de Crato. Onde andam esses estudos? O convênio ainda existe? Por que os processos não foram levados à frente pelo IPHAN?
Obras paralisadas
Construções são sempre boas para uma cidade. Elas indicam crescimento e progresso. Por outro lado, começar uma obra e paralisá-la – por qualquer motivo – é sempre desgastante para o governante e decepcionante para a população da cidade. Melhor não inicia-las a deixarem-nas inconclusas. Existem na cidade de Crato algumas obras públicas paralisadas. A exemplo do Parque Ecológico do Fundão, um paradisíaco sítio, localizado a 3 km do centro da cidade. Com uma área de 97 hectares, onde sobrevive vegetação nativa da Mata Atlântica, o Fundão possui uma das mais ricas biodiversidades da região caririense. Do projeto de recuperação, anunciado em 2007, pouco foi feito. Excetua-se o conserto da antiga casa de taipa de dois andares, ali existente. E isso só aconteceu por pressão do Ministério Público já que a casa teve portas, janelas e outros itens roubados após a aquisição pelo Estado.
Tem mais
Outras obras públicas continuam com suas construções paradas em Crato. Como o Centro de Convenções do Cariri que caminha para dois anos de paralisação. Em 2007, o governador Cid Gomes mandou os prefeitos das três maiores cidades do Cariri escolherem os investimentos prioritários que o Governo do Estado faria na conurbação Crajubar. Juazeiro do Norte optou pela obra mais cara: o Hospital Regional, que já está pronto e funcionando. Barbalha ficou com a Ceasa, também concluída e em funcionamento. Crato preferiu o Centro de Convenções do Cariri. Deu no que deu...
É dose
Paralisada também está a construção da nova cadeia pública de Crato, localizada no bairro Barro Branco. Naquele bairro também está parado a construção do monumento a Nossa Senhora de Fátima, este uma iniciativa do deputado estadual Ely Aguiar. Também paralisadas estão as obras do ginásio poliesportivo da Universidade Regional do Cariri. E para finalizar: novembro passado, o Governo do Estado anunciou a pavimentação dos nove mil metros quadrados da Avenida Fábio Esmeraldo, via que dá acesso ao Campus da UFC-Crato, no bairro Muriti, dentro de um convênio com a Prefeitura. O prazo de conclusão da obra seria dentro de 150 dias. Decorridos 90 dias, apenas 20% da pavimentação foi feita.
Torpedos
2 – O secretário das cidades do Ceará, Camilo Santana, esteve semana passada na conurbação Crajubar. E confirmou o que já havia sido divulgado por esta coluna: o Aterro Sanitário da Região Metropolitana do Cariri (o popular “lixão”) será mesmo localizado num terreno situado na fronteira dos municípios Caririaçu-Juazeiro do Norte.
3 – Será no próximo dia 6 de maio a inauguração da expansão (ou segunda etapa) do Shopping Center Cariri.
4 – Alegria de pobre dura pouco. Relatório do Fundo Monetário Internacional–FMI, divulgado esta semana, sinaliza que a economia brasileira deverá voltar a ser superada pela da Inglaterra em 2012 com o Brasil caindo para a posição de 7ª maior economia global. E pensar que tinha ingênuos já anunciando que o Brasil estava para passar para a 5ª posição, desbancando a França...
5 – O senador José Pimentel (PT-Ceará) não vai recorrer da ação que o condenou a pagar R$ 30 mil ao ex-governador Tasso Jereissati, vítima de danos morais. Juristas advertiram Pimentel de que se ele recorrer e não ganhar, ficará inelegível, já que seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa aprovada pelo Supremo Tribunal Federal–STF.
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