O feijão é um alimento que não pode faltar na mesa dos brasileiros, especialmente, dos nordestinos. No entanto, o seu alto preço está deixando o consumidor preocupado. Comércio no Cariri. O produto na região também chegou a aumentar mais de 100%. As vendas estão caindo. A escassez das chuvas ocasionou a queda da produção de feijão e isso faz com que o produto fique cada vez mais caro.
Juazeiro do Norte. "O preço do feijão no Cariri nunca chegou a ser tão exorbitante". Esta não é só a constatação da proprietária de uma pequena marmitaria, Fabiana Olegário, localizada no Centro da cidade do Crato. Os comerciantes também concordam, mas afirmam não haver condição de comercializar o produto com preços mais acessíveis. Este ano, praticamente, não houve produtividade na região. O popular feijão de corda, desde a semana passada, está sendo comercializado a R$ 5,00 o quilo e o mulatinho pode ser comprado a R$ 3,50.
Esse valor significa que, somente este ano, o feijão de corda teve um aumento de mais de 100%. No início do ano, o quilo estava sendo comercializado a R$ 2,00. A maior parte do produto está sendo adquirida de Estados como a Bahia, para ser comercializado no Cariri. Na região ainda há pouco feijão irrigado, conforme o agricultor Geraldo Francisco Melo.
O agricultor afirma que este ano tirou praticamente o que plantou. Foram 30 quilos plantados com a perspectiva de colher, pelo menos, quatro sacos de 60. "Colhi pouco mais de 30 quilos. A seca foi grande e não sei nem como consegui ainda tirar isso", diz ele, ao verificar o prejuízo que teve em 2010.
Alimentação
A comerciante Fabiana não aumentou o preço das refeições, mas diminuiu o conteúdo no prato do consumidor. "Está caríssimo, e tenho que comprar todos os dias cinco quilos", diz ela, ao ressaltar que, mesmo assim, vem tendo prejuízo.
Já o dono de uma mercearia no Centro da cidade, Raimundo Walmir Rodrigues, não duvida que até o fim do ano o feijão chegue a R$ 10,00. "A seca está grande. Há muitos anos que não se via isso por aqui. Até chegar no bolso do consumidor, o feijão tem um custo e a escassez no mercado se reverte para o consumidor final", diz. Essa realidade pode se inverter, acrescenta o comerciante, caso chova até o fim do ano.
Acostumadas
As pessoas reclamam, mas já estão acostumadas com o novo aumento. Pelo menos é que diz o vendedor Gilberto Batista da Silva. Desde a semana passada o seu patrão comprou uma nova remessa de feijão. "Não dá para comer sem feijão, então o pessoal compra, mesmo que diminua na quantidade da compra". No começo, as pessoas estranhavam mais o preço, mas agora já estão acostumando. "Espero que seja por poucos dias", diz.
ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter do Jornal Diário do Nordeste
Colaboradora do Blog do Crato e Chapada do Araripe OnLine
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