Tuesday, February 12, 2013

Notícias desta terça-feira de carnaval (Armando Rafael)

Lambrujeira 1

Crédito da foto: Dihelson Mendonça

Quem passa pela Praça da Sé (foto acima), o chão mais sagrado desta Heráldica Cidade de Frei Carlos, fica surpreendido com o número de mosaicos soltos ou quebrados. Bom lembrar que a reforma daquela praça foi feita há apenas 7 meses. Para fazer a reforma das praças centrais de Crato o governo do Estado tomou dinheiro emprestado no Banco Mundial. E a construtora fez um serviço de segunda categoria. Por oportuno, observem também o estado em que se encontra o piso da Praça Alexandre Arraes...

Lambrujeira 2


Também o calçamento feito com blocos de cimento intertravados começa a mostrar sua fragilidade. Em frente à Coletoria Estadual, na Praça da Sé, um persistente vazamento da tubulação d’água já mostra seus efeitos. E na Rua Dom Quintino, em dois lugares, o calçamento cedeu. Num desses locais alguns blocos foram retirados e o pequeno buraco tende a aumentar. No outro local o calçamento simplesmente arriou e o fato é sentido por quem passa por ali de carro.




Preservando o patrimônio histórico de Crato

O piso de madeira do Coro da Catedral de Crato apresentou sinais de que cedeu um pouco. É coisa mínima, mas, precavido, o Cura da Sé, padre Edimilson Neves chamou um engenheiro para avaliar o quadro. Este sugeriu retirar a mureta interna – feita com placas de concreto – pois pesavam muito. Padre Edmilson vai fazer mais: logo após o carnaval, inicia uma campanha junto aos fiéis para restaurar todo o coro. Este terá o histórico piso de madeira preservado. E, quanto pronto, voltará ser utilizado pelos corais que participam das missas na velha Sé.

Pensando alto


Padre Edimilson enxerga mais longe. Ele alimenta o sonho de, no futuro, adquirir um harmônio de tubos para ser utilizado no coro da catedral de Nossa Senhora da Penha. Para quem não sabe, o harmônio é um instrumento musical tocado por meio de um ou mais manuais e uma pedaleira. O som é produzido pela passagem do vento (ar comprimido) através de tubos de metal e madeira. O seu mavioso som impregna as igrejas com uma atmosfera espiritual, quando tocado durante as liturgias católicas.



Coisas desta República

Ora, direis que não estamos no 1º de abril, Dia da Mentira! Mas esta notícia foi veiculada pela mídia neste feriadão do carnaval: Aliados de Renan Calheiros (PMDB-AL) vão apresentar um pedido de impeachment contra o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, como retaliação à denúncia feita por este contra o presidente do Senado no Supremo Tribunal Federal.

No mais

Que valor moral teria este movimento feito pela Tropa de Choque do senador alagoano? A Tropa de Choque de Renan é composta pelo que de pior existe no atual quadro caótico da política brasileira. E o Procurador Roberto Gurgel tem credibilidade e apoio da opinião pública brasileira. Esta,  em apenas oito dias, já reuniu mais de 1 milhão de assinaturas em favor do impeachment de Renan Calheiros.

Efeito Orloff (ou: “eu sou você amanhã”)

Lembram-se da propaganda daquela vodca? Pois bem, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, congelou os preços nos supermercados até o dia 1º de abril. E com a volta da inflação aqui no Brasil... Cala-te boca!

Aliás

Dona Dilma já sinalizou quer vai acompanhar mais de perto os preços da cesta básica... Hummm... aí tem coisa! Bom não esquecer que para atingir a meta fiscal de 2012, o governo federal – dentre outras “químicas” – utilizou no cálculo R$ 7,2 bilhões de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço–FGTS.

Triste realidade

A minoria de brasileiros que participou do carnaval no Rio de Janeiro, Salvador e Recife/Olinda (além de outros núcleos insignificantes em número de pessoas num país continental) bem poderia ter adaptado aquela marchinha de carnaval de Zé Keti, dos anos 60: "Tanto riso, oh quanta alegria! Mais de 190 milhões de palhaços no salão...". Sim, pois num país em putrefação moral como o nosso, com a inflação voltando, com a constatação de que somos o único país emergente que enfrenta a combinação de custo de vida em alta e produção estagnada, a população sem políticas de  segurança e  saúde, além da corrupção que varre  todos os níveis da nação, a opinião pública brasileira sente-se como se fosse um palhaço.

Herança bendita

Aliás, se o Governo Federal continua impotente para deter o atual surto inflacionário, deveria ter a humildade de procurar FHC e perguntar qual foi a fórmula que ele usou para derrotar a hiperinflação que durante 100 anos foi uma constante na história republicana brasileira.

A frase da semana

Foi dita pelo deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ): “Pior do que este Parlamento, só um Parlamento fechado”. Disse tudo!

...e para finalizar a charge do dia, publicada na "Folha de S.Paulo":

                                                                               

Qual a melhor riqueza? - Por Magali de Figueirêdo Esmeraldo

No mundo de hoje, as pessoas se preocupam em acumular riquezas. Às vezes até exploram o ser humano contanto que obtenham lucro. O capitalismo é o responsável pela acumulação exagerada de bens que gera a pobreza e a exclusão social. São graves as conseqüências que a riqueza pode produzir. A fortuna de uns a custa da miséria da maioria, gera fome e violência, causando morte e até o caos social. A sociedade em que vivemos é, portanto uma sociedade individualista, onde o Ter, o Poder e o Prazer são idolatrados. Engana-se aquele que pensa que dinheiro em excesso traz felicidade. Observamos que pessoas muito ricas, às vezes não são felizes.

As palavras de Jesus proferidas há mais de dois mil anos, estão atualizadas ainda hoje: “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam. De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6, 19-21). Já pensamos qual desses valores gostaríamos de seguir? O ser humano de modo consciente ou inconsciente tem na vida um valor fundamental, uma meta para orientar sua ação no mundo. O homem necessita ter fé, acreditar em Deus e, só vai se sentir bem buscando a proteção e a confiança Nele, para solucionar os seus problemas. O que é mais importante? Deus ou as riquezas? Deus é o tesouro que as pessoas buscam, a fim de se entregar completamente a Ele. É Deus que leva o homem à liberdade e à vida. Essa liberdade é conseqüência da justiça que gera a partilha e a fraternidade. Havendo justiça conseqüentemente teremos a paz. Se cada pessoa conhecesse a mensagem de Jesus e aplicasse na sua vida, o mundo poderia se transformar. Imaginem vivermos numa sociedade justa e fraterna, onde todos tivessem direitos iguais. Jesus com a sua mensagem veio implantar o Reino de Deus que é um reino de paz, justiça e amor.

Como podemos ajudar na construção de um mundo melhor? Fazendo a nossa pequena parte começando na nossa família, transmitindo aos nossos filhos os valores “que nem a traça nem a ferrugem corroem”. Essa é a melhor herança que os pais devem deixar para os filhos. E os filhos tomando posse desses bens, transformariam o mundo através do amor, implantando a justiça, a paz e a fraternidade e assim estariam colaborando com o projeto de Deus. Será utopia? Não, se cada pessoa no mundo tivesse oportunidade de conhecer a mensagem de Jesus Cristo que é transformadora. Mas teríamos que deixar o nosso coração aberto para absorver tudo o que Deus quer de nós. E a vontade de Dele é que “Amemo-nos uns aos outros”. Se Deus nos amou ao ponto de enviar o seu Filho para nos libertar, devemos fazer a Sua vontade .(1 Jo 4,9-11).

Por Magali de Figueirêdo Esmeraldo

Vou-me embora pra Bruzundanga – por Marco Antonio Villa


(Publicado no jornal "Estado de S.Paulo", 11-02-2013)

O Brasil é um país fantástico. Nulidades são transformadas em gênios da noite para o dia. Uma eficaz máquina de propaganda faz milagres. Temos ao longo da nossa História diversos exemplos. O mais recente é Dilma Rousseff.

Surgiu no mundo político brasileiro há uma década. Durante o regime militar militou em grupos de luta armada, mas não se destacou entre as lideranças. Fez política no Rio Grande do Sul exercendo funções pouco expressivas. Tentou fazer pós-graduação em Economia na Unicamp, mas acabou fracassando, não conseguiu sequer fazer um simples exame de qualificação de mestrado. Mesmo assim, durante anos foi apresentada como "doutora" em Economia. Quis-se aventurar no mundo de negócios, mas também malogrou. Abriu em Porto Alegre uma lojinha de mercadorias populares, conhecidas como "de 1,99". Não deu certo. Teve logo de fechar as portas.

Caminharia para a obscuridade se vivesse num país politicamente sério. Porém, para sorte dela, nasceu no Brasil. E depois de tantos fracassos acabou premiada: virou ministra de Minas e Energia. Lula disse que ficou impressionado porque numa reunião ela compareceu munida de um laptop. Ainda mais: apresentou um enorme volume de dados que, apesar de incompreensíveis, impressionaram favoravelmente o presidente eleito.

Foi nesse cenário, digno de O Homem que Sabia Javanês, que Dilma passou pouco mais de dois anos no Ministério de Minas e Energia. Deixou como marca um absoluto vazio. Nada fez digno de registro. Mas novamente foi promovida. Chegou à chefia da Casa Civil após a queda de José Dirceu, abatido pelo escândalo do mensalão. Cabe novamente a pergunta: por quê? Para o projeto continuísta do PT a figura anódina de Dilma Rousseff caiu como uma luva. Mesmo não deixando em um quinquênio uma marca administrativa - um projeto, uma ideia -, foi alçada a sucessora de Lula.

Nesse momento, quando foi definida como a futura ocupante da cadeira presidencial, é que foi desenhado o figurino de gestora eficiente, de profunda conhecedora de economia e do Brasil, de uma técnica exemplar, durona, implacável e desinteressada de política. Como deveria ser uma presidente - a primeira - no imaginário popular.

Deve ser reconhecido que os petistas são eficientes. A tarefa foi dura, muito dura. Dilma passou por uma cirurgia plástica, considerada essencial para, como disseram à época, dar um ar mais sereno e simpático à então candidata. Foi transformada em "mãe do PAC". Acompanhou Lula por todo o País. Para ela - e só para ela - a campanha eleitoral começou em 2008. Cada ato do governo foi motivo para um evento público, sempre transformado em comício e com ampla cobertura da imprensa. Seu criador foi apresentando homeopaticamente as qualidades da criatura ao eleitorado. Mas a enorme dificuldade de comunicação de Dilma acabou obrigando o criador a ser o seu tradutor, falando em nome dela - e violando abertamente a legislação eleitoral.

Com base numa ampla aliança eleitoral e no uso descarado da máquina governamental, venceu a eleição. Foi recebida com enorme boa vontade pela imprensa. A fábula da gestora eficiente, da administradora cuidadosa e da chefe implacável durante meses foi sendo repetida. Seu figurino recebeu o reforço, mais que necessário, de combatente da corrupção. Também, pudera: não há na História republicana nenhum caso de um presidente que em dois anos de mandato tenha sido obrigado a demitir tantos ministros acusados de atos lesivos ao interesse público.

Com o esgotamento do modelo de desenvolvimento criado no final do século 20 e um quadro econômico internacional extremamente complexo, a presidente teve de começar a viver no mundo real. E aí a figuração começou a mostrar suas fraquezas. O crescimento do produto interno bruto (PIB) de 7,5% de 2010, que foi um componente importante para a vitória eleitoral, logo não passou de uma recordação. Independentemente da ilusão do índice (em 2009 o crescimento foi negativo: -0,7%), apesar de todos os artifícios utilizados, em 2011 o crescimento foi de apenas 2,7%. Mas para piorar, tudo indica que em 2012 não tenha passado de 1%. Foi o pior biênio dos tempos contemporâneos, só ficando à frente, na América do Sul, do Paraguai. A desindustrialização aprofundou-se de tal forma que em 2012 o setor cresceu negativamente: -2,1%. O saldo da balança comercial caiu 35% em relação à 2011, o pior desempenho dos últimos dez anos, e em janeiro deste ano teve o maior saldo negativo em 24 anos. A inflação dá claros sinais de que está fugindo do controle. E a dívida pública federal disparou: chegou a R$ 2 trilhões.

As promessas eleitorais de 2010 nunca se materializaram. Os milhares de creches desmancharam-se no ar. O programa habitacional ficou notabilizado por acusações de corrupção. As obras de infraestrutura estão atrasadas e superfaturadas. Os bancos e empresas estatais transformaram-se em meros instrumentos políticos - a Petrobrás é a mais afetada pelo desvario dilmista.

Não há contabilidade criativa suficiente para esconder o óbvio: o governo Dilma Rousseff é um fracasso. E pusilânime: abre o baú e recoloca velhas propostas como novos instrumentos de política econômica. É uma confissão de que não consegue pensar com originalidade. Nesse ritmo, logo veremos o ministro Guido Mantega anunciar uma grande novidade para combater o aumento dos preços dos alimentos: a criação da Sunab.

Ah, o Brasil ainda vai cumprir seu ideal: ser uma grande Bruzundanga. Lá, na cruel ironia de Lima Barreto, a Constituição estabelecia que o presidente "devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, de uma mediocridade total".

* Marco Antonio Villa, historiador.  É professor da Universidade Federal de São Carlos– SP.

Monday, February 11, 2013

"O Povo" on line divulga entrevista de Dom Fernando Panico

Bispo do Crato diz que Bento XVI queria mais pressa na reabilitação de Padre Cícero 

(Matéria publicada no O POVO online, nesta 2ª feira, às 12:12h.)




O bispo da diocese do Crato (no Ceará), dom Fernando Panico, afirma que o papa Bento XVI foi o pontífice que “mais se interessou pelas questões da paróquia de Juazeiro o Norte e as romarias que reúnem 2,5 milhões de romeiros todos os anos”. De acordo com dom Fernando, foi o cardeal alemão que o “incentivou a estudar e iniciar o processo de reabilitação das ordens do padre Cícero Romão Batista”.

“Pena”, segundo dom Fernando, que a reabilitação de Padre Cícero não se dará pelas mãos de Beto XVI que renunciou ao cargo de papa da igreja Católica na manhã desta segunda-feira e Carnaval. “Ele se mostrava incomodado com a lentidão do processo e prometeu, num encontro no Vaticano, que ia acelerar a reabilitação”.

Dom Fernando Panico avalia que o papa Bento XVI é responsável pela abertura da Igreja Católica para a pós-modernidade. Foi ele, segundo o religioso, que continuou a missão “profética” de João Paulo II quando iniciou a chamada “modernização da igreja”.

Bento XVI, de acordo com dom Fernando, “fez dialogar cultura, razão e fé” entre o mundo e o catolicismo. Fez dialogar conceitos que, aparentemente, são antagônicos ou estão colocados em campos de oposição. Ele, segundo dom Fernando, é o papa da “heroica resistência ao relativismo”

O atual papa, que anunciou sua renúncia nesta segunda-feira de Carnaval, é considerado por dom Fernando Panico o pontífice “que mostrou ao mundo caduco que a igreja Católica é jovem”. Sua presença era esperada para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em julho deste ano no Rio de Janeiro. “Quem sabe ele estará aqui?”.

De acordo com dom Fernando Panico, a atitude de Bento XVI ter renunciado não é sinal de “fracasso ou fragilidade”. Segundo o bispo da região do Cariri, o ato que surpreendeu o mundo pode ser considerado um “ato heroico, um ato de humildade em reconhecer que não reúne forças físicas para continuar” no comando da igreja. “Se formos analisar um de seus livros, alguns textos e discursos, Bento XVI já vinha preparando a igreja para uma renúncia”.
                               
Demitri Túlio

COMENTÁRIO FEITO POR ARMANDO RAFAEL: 



      Interessante esta matéria da lavra do jornalista Demitri Túlio. Jornalismo sério é isso! Realmente, o bispo de Crato, dom Fernando Panico, teve diversos encontros com o cardeal e teólogo Joseph Ratzinger (tanto quando este ainda era o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé) como também depois de eleito Papa, agora  com o nome de Bento XVI.
Quase toda a formação acadêmica de Dom Fernando Panico foi feita em Roma. Apenas o Doutorado em Liturgia ele obteve pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, Brasil.

Nascido na cidade de Tricase (mas naturalizado brasileiro) ao chegar como Missionário no Brasil, no estado do Maranhão, em 1974, o jovem padre Fernando Panico trazia na bagagem – além de excelentes contatos na Cidade Eterna – um imenso desejo de servir ao povo nordestino.  Por modéstia ele não fala nesse  assunto, mas é bom revelar que  um tio de Dom Fernando era o cardeal Dom Giovanni Panico. Este foi Núncio Apostólico do Vaticano em diversos países, dentre os quais: Argentina, Tchecoslováquia, Austrália, Nova Zelândia, Peru e Portugal.  Por outro lado,  um primo de Dom Fernando –  Dom Carmelo Cassati – foi bispo em Pinheiro (Maranhão) e aposentou-se recentemente como Arcebispo Emérito de Trani-Barletta, na Itália.

A matéria faz jus ao excelente currículo acadêmico de Dom Fernando Panico que possui Bacharelato em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma;  Especialização e Mestrado em Teologia,  pelo Centro Teológico de Florença, Itália, e pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo de Roma. Dom Fernando também é  Mestre em Teologia Litúrgica e tem Doutorado em Liturgia, pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo, SP.

Alguém, com justa razão, há de perguntar:
Por que com a boa origem familiar que tem  e o excelente currículo que possui, pode Dom Fernando suportar as calúnias de jornais nanicos da imprensa marrom, financiados por interesses escusos ligados à apropriação indevida de terrenos em Juazeiro do Norte?