Juazeiro 2012: Medalha de Ouro para a Iniciativa Privada – por Daniel Walker (*)
Juazeiro termina o ano de 2012 concedendo uma merecida Medalha de Ouro para a Iniciativa Privada pelo muito que fez em prol do desenvolvimento do município. Empresários daqui e principalmente de fora acreditaram (e acreditam) no potencial de Juazeiro e investiram pesado, transformando a cidade num pujante canteiro de obras. A cidade não para de crescer. A verticalização está em franca expansão. O ensino superior a todo vapor. Embarques e desembarques no aeroporto batem recordes. As romarias não param de chegar. Grandes grupos nacionais e internacionais aqui abrem suas filiais e fazem bons negócios. Nunca se gerou tanto emprego e se arrecadou tanto imposto como em 2012! Mas, lamentavelmente a cidade chega também ao fim de 2012 com muitos problemas antigos sem solução (saneamento, falta dágua), aumento da criminalidade, trânsito caótico, saúde e educação com desempenhos pífios, obras públicas inacabadas e outras anunciadas e sequer iniciadas. Senão, vejamos.
Estão inacabadas entre outras, as seguintes obras: a praça em frente ao Teatro Marquise Branca; a capela ao ar livre na Praça do Socorro; o estacionamento dos ônibus de romeiros; a Praça do Centenário; o Roteiro da Fé; o Centro de Multiuso e o anel viário. Dentre as que foram anunciadas e sequer iniciadas figuram: a Avenida Beira-rio; os portais de entrada da cidade (só um foi construído e muito feio); a Pousada Comunitária; o Museu da Cidade; o teleférico do Horto e o segundo Restaurante Popular. O prefeito Manuel Santana deixa o cargo e será injustiça dizer que ele nada fez pelo município. Claro que poderia ter feito muito mais, quando se leva em conta o volume da arrecadação de tributos e ainda o fato de ter tido como aliados os governos estadual e federal. É inegável que ele construiu praças, escolas, postos de saúde, criou a Zona Azul, disciplinou o funcionamento de mototaxistas, retirou as barracas da Rua São Paulo, melhorou a sinalização do trânsito etc., mas sai da prefeitura sem deixar nenhuma obra grandiosa que possa lembrar condignamente o Centenário de Independência do Município, o que seria o marco maior da sua administração.
O certo mesmo é que o Centenário de Juazeiro será lembrado apenas pelo lançamento do Pacote Editorial, cuja coordenação esteve a cargo da Secretaria de Turismo e Romaria e trabalho de criação do projeto e organização pela Comissão do Centenário, cabendo uma participação maior ao professor Renato Casimiro. Também é preciso registrar, por um dever de justiça, grandes obras realizadas aqui pelo Governo Federal (Minha Casa Minha Vida, por exemplo) e Governo Estadual (Hospital Regional, CEO, Centro de Apoio aos Romeiros, iluminação natalina, prédio da Delegacia de Polícia Civil etc.). O Poder Público Municipal precisa urgentemente implantar um novo modelo de administração, diferente do populismo e do apadrinhamento até então em voga. É necessário um verdadeiro choque de gestão.
Vem aí o novo prefeito; na verdade, um prefeito para o seu segundo mandato, mas que faz questão de informar que retorna renovado e disposto a fazer uma administração diferente, progressista, com escolha de secretários vinculada à capacidade técnica (e não política, sic), com algumas obras de impacto já anunciadas, como duplicação da estrada de acesso ao aeroporto, viaduto no triângulo Crajubar, uma nova via de acesso ao Crato (pela Avenida Paulo Maia) e principalmente que governará sem subserviência à Câmara Municipal. É cedo ainda para fazer qualquer prognóstico. Porém, se tudo acontecer do jeito anunciado, no final todos terão o que comemorar; entretanto, se não houver novidade, os eleitores precisarão formatar seu HD cerebral, fazer uma up grade no caráter, criar vergonha e daí por diante aprender a votar com consciência e dignidade. Mas, vamos pensar positivamente e torcer para dar tudo certo, mesmo.
Vamos dar um voto de confiança ao novo prefeito. E que ele não traia essa confiança é o que esperamos, para o bem de Juazeiro. Em 2013 queremos ver o Poder Público Municipal andando junto com a iniciativa privada, para Juazeiro crescer mais ainda. E para concretizar isso a população precisa colaborar, pagando os impostos, obedecendo às leis do trânsito, à lei do silêncio, não destruindo os bens públicos, não jogando lixo nas ruas e praças, enfim, sendo educada e agindo sem partidarismo político. Se isso for pedir demais, então, estamos diante de uma cidade que é mesmo um caso perdido e sendo assim, nem Deus vai querer cuidar dela.
(*) Daniel Walker, juazeirense, professor aposentado da URCA. Escreveu mais de 20 livros, além de trabalhos científicos e sobre a história e sociologia de Juazeiro do Norte. Foi radialista e jornalista, presidente do Instituto Cultural do Vale Caririense, membro da Associação Juazeirense de Imprensa e do Clube de Imprensa de Juazeiro, além de ter exercido várias funções de destaque na sua cidade natal.
(Postado por Armando Rafael)
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