LIXO É LIXO.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
05:48
O assunto do lixo é um tema que merece ser bem discutido. Considerando que não existe quase nada que seja produzido pelo ser humano que não traga consigo uma proporção de lixo bem importante em quantidade e qualidade, devemos pensar e conversar bastante sobre o assunto. Quanto mais avançada e materialmente desenvolvida uma sociedade, maior é a quantidade de lixo que ela produz. Vivemos sob um sistema econômico onde quanto mais se produz e se comercializa objetos, melhor para a economia. Então a produção e o consumo são estimulados de todas as formas. Uma delas é a ideia, já bem antiga, da "obsolescência programada", onde um objeto, seja ele qual for, é produzido de maneira a durar um tempo determinado e quebrar para em seguida ser substituído por outro novo, que terá sua duração também determinada. Os produtos são testados para saber qual será o seu tempo de uso e, caso seja necessário, um ou outro de seus componentes será redesenhado para determinar um tempo menor de utilidade. As "utilidades" que produzimos e consumimos, para usar um termo bem interessante e contraditório, são na verdade, "inutilidades" de todos os tipos. E viram lixo.
Outra ideia que predomina na produção e comercialização de objetos, que alguns chamam de "bens", é a de que a embalagem é quase tão importante ou mais importante que o conteúdo. Assim, grande parte do que o consumidor paga num produto, refere-se à embalagem, ao seu invólucro e se transformará em lixo imediatamente. Não quero entrar em detalhes que indicariam que, o próprio conteúdo, muitas vezes, se constitua em lixo; principalmente alguns comestíveis muito utilizados e que, com o tempo, serão causa de doenças e estímulo para o consumo de remédios. E pra onde vão todos estes resíduos, ou subprodutos?
Papel, papelão, garrafas de vidro ou plástico, sacos plásticos de todos os tipos e tamanhos, caixas, arames, cordões, madeira, e uma infinidade de materiais são jogados como lixo, mas não são lixo. São materiais reutilizáveis, é possível transformá-los em outros objetos. São na verdade dinheiro. Então estamos jogando dinheiro no lixo? Mas quem seria louco de rasgar dinheiro? De jogar dinheiro no lixo?
Existe também o lixo molhado, ou orgânico, que se constitui de restos de cozinha (cascas de frutas e legumes, restos de alimentos) galhos e folhas que resultam de podas e mesmo a grande quantidade de alimentos que se perdem em feiras e centrais de abastecimento. Mas será que isso tudo é lixo? Também não! Todo esse material pode ser utilizado na composição de humus, terra vegetal, fertilizantes orgânicos e naturais que transformarão qualquer terra pobre para o plantio em terra fértil e rica para a produção de novos alimentos. È um processo simples e barato que pode ser utilizado na cidade e no campo aumentando e enriquecendo a produção de alimentos saudáveis.
Então o que é lixo? Fico algum tempo pensando e concluo que lixo, lixo mesmo é filtro de cigarro, que não permite reutilização, e chiclete mascado, que também não serve pra nada. Mesmo os dejetos humanos e animais, em alguns países, são utilizados como fertilizantes e na produção de gás combustível. Não falo em lixo industrial e lixo hospitalar , que são temas que merecem um estudo à parte.
Vejamos. Se lixo, lixo mesmo, é filtro de cigarro e chiclete mascado, por que as cidades têm que construir "lixões" e "aterros sanitários" que poderão se transformar em focos de doenças, poluir e envenenar lençóis freáticos, causar futuros desmoronamentos de que estão repletos os noticiários?
Penso que campanhas de educação e esclarecimento da população sobre a questão do lixo; um bom programa de coleta seletiva, que inclua a organização de catadores e recicladores; o financiamento de pequenas empresas recicladoras, demandariam um pouco mais de tempo e muito menos dinheiro, além de produzir efeitos profundamente benéficos na economia, na participação popular, na cidadania, na autoestima, e na saúde das cidades e suas populações.
João Nicodemos de A. Neto
(jotanikos@yahoo.com.br)
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
05:48
O assunto do lixo é um tema que merece ser bem discutido. Considerando que não existe quase nada que seja produzido pelo ser humano que não traga consigo uma proporção de lixo bem importante em quantidade e qualidade, devemos pensar e conversar bastante sobre o assunto. Quanto mais avançada e materialmente desenvolvida uma sociedade, maior é a quantidade de lixo que ela produz. Vivemos sob um sistema econômico onde quanto mais se produz e se comercializa objetos, melhor para a economia. Então a produção e o consumo são estimulados de todas as formas. Uma delas é a ideia, já bem antiga, da "obsolescência programada", onde um objeto, seja ele qual for, é produzido de maneira a durar um tempo determinado e quebrar para em seguida ser substituído por outro novo, que terá sua duração também determinada. Os produtos são testados para saber qual será o seu tempo de uso e, caso seja necessário, um ou outro de seus componentes será redesenhado para determinar um tempo menor de utilidade. As "utilidades" que produzimos e consumimos, para usar um termo bem interessante e contraditório, são na verdade, "inutilidades" de todos os tipos. E viram lixo.
Outra ideia que predomina na produção e comercialização de objetos, que alguns chamam de "bens", é a de que a embalagem é quase tão importante ou mais importante que o conteúdo. Assim, grande parte do que o consumidor paga num produto, refere-se à embalagem, ao seu invólucro e se transformará em lixo imediatamente. Não quero entrar em detalhes que indicariam que, o próprio conteúdo, muitas vezes, se constitua em lixo; principalmente alguns comestíveis muito utilizados e que, com o tempo, serão causa de doenças e estímulo para o consumo de remédios. E pra onde vão todos estes resíduos, ou subprodutos?
Papel, papelão, garrafas de vidro ou plástico, sacos plásticos de todos os tipos e tamanhos, caixas, arames, cordões, madeira, e uma infinidade de materiais são jogados como lixo, mas não são lixo. São materiais reutilizáveis, é possível transformá-los em outros objetos. São na verdade dinheiro. Então estamos jogando dinheiro no lixo? Mas quem seria louco de rasgar dinheiro? De jogar dinheiro no lixo?
Existe também o lixo molhado, ou orgânico, que se constitui de restos de cozinha (cascas de frutas e legumes, restos de alimentos) galhos e folhas que resultam de podas e mesmo a grande quantidade de alimentos que se perdem em feiras e centrais de abastecimento. Mas será que isso tudo é lixo? Também não! Todo esse material pode ser utilizado na composição de humus, terra vegetal, fertilizantes orgânicos e naturais que transformarão qualquer terra pobre para o plantio em terra fértil e rica para a produção de novos alimentos. È um processo simples e barato que pode ser utilizado na cidade e no campo aumentando e enriquecendo a produção de alimentos saudáveis.
Então o que é lixo? Fico algum tempo pensando e concluo que lixo, lixo mesmo é filtro de cigarro, que não permite reutilização, e chiclete mascado, que também não serve pra nada. Mesmo os dejetos humanos e animais, em alguns países, são utilizados como fertilizantes e na produção de gás combustível. Não falo em lixo industrial e lixo hospitalar , que são temas que merecem um estudo à parte.
Vejamos. Se lixo, lixo mesmo, é filtro de cigarro e chiclete mascado, por que as cidades têm que construir "lixões" e "aterros sanitários" que poderão se transformar em focos de doenças, poluir e envenenar lençóis freáticos, causar futuros desmoronamentos de que estão repletos os noticiários?
Penso que campanhas de educação e esclarecimento da população sobre a questão do lixo; um bom programa de coleta seletiva, que inclua a organização de catadores e recicladores; o financiamento de pequenas empresas recicladoras, demandariam um pouco mais de tempo e muito menos dinheiro, além de produzir efeitos profundamente benéficos na economia, na participação popular, na cidadania, na autoestima, e na saúde das cidades e suas populações.
João Nicodemos de A. Neto
(jotanikos@yahoo.com.br)
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