Em 1988, ano da promulgação da Constituição pelo Congresso Constituinte, 61% dos brasileiros ouvidos em pesquisa de opinião pública do Ibope declararam ter preferência por um partido político. No fim de 2012, 24 anos depois, isso se inverteu: apenas 44% da população brasileira disseram preferir alguma sigla partidária, enquanto 56% declararam que não têm preferência por nenhum partido político.
Enxugando gelo
Esta manifestação de descrença não é isolada. Quem duvidar poderá compulsar o total de eleitores que decidiram não sufragar nenhum candidato ou partido nas eleições de 2012. Com uma abstenção de 16,41% dos eleitores em todo o País e altos índices de votos nulos e brancos, considerados inválidos, eles somaram mais de 35 milhões de votos não contabilizados no cômputo final.
Xô, políticos!
A pesquisa do Ibope apontando que a maioria dos brasileiros declara-se “apartidários” (leia-se: “decepcionados com os políticos”) merece reflexão. Primeiro, a maior parte dos brasileiros (principalmente no Nordeste) possui baixo nível de politização. Não é atoa que os grotões da miséria e do atraso – no Nordeste – vêm sendo o sustentáculo de seguidos governos reeleitos nos últimos anos. Além do mais, considere-se que os eleitores mais esclarecidos julgam-se órfãos na política. Depois da decepção do PT, não há mais nenhum partido que tenha a confiança do eleitorado.
Tá feia a coisa
Na verdade, ser político hoje no Brasil virou profissão e obsessão pelas benesses do poder. O que esperar – ou com quem contar – se a ideologia por um Brasil melhor (defendida anos atrás) foi pelo ralo, juntamente com a ética, a moral e os bons costumes? Hoje existem 30 partidos políticos no Brasil (melhor seria dizer, “30 aglomerados de pessoas” com pseudoprogramas, que variam de acordo com os interesses dos donos das siglas), e as denúncias de corrupção viraram rotina. Todos os dias a mídia noticia a roubalheira que tomou conta desta nação. Triste!
Por exemplo
No próximo dia 1º de fevereiro deverão ser eleitos presidente do Senado e presidente da Câmara, o senador Renan Calheiros (foto ao lado) e o deputado Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB, representando a base de sustentação da presidente Dilma. Sem comentários. Como o vice-presidente Michel Temer também é do PMDB, os 2º, 3º e 4º sucessores de dona Dilma pertencem a um único partido.
Os mais corruptos de 2012
Os jornais divulgaram o resultado do Troféu Algemas de Ouro, versão 2012. Lula, como era esperado, venceu com a larga margem de 65,69% dos votos (enviados pelo face book), batendo humilhantemente o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM), que ficou com as Algemas de Prata. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), garantiu o bronze. Espera-se que Rosemary Noronha vá a festa de entrega dos troféus, já de olho no “bi” para 2013...
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